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Ortopedia7 agosto 2024

Perda da redução da cabeça radial em fraturas de Monteggia em crianças 

Estudo avaliou os resultados radiológicos de pacientes pediátricos com fraturas-luxações crônicas de Monteggia tratados cirurgicamente

As fraturas de Monteggia são raras em crianças, com o diagnóstico primário não sendo realizado em 50% dos casos. Uma luxação crônica da cabeça do rádio pode levar a dor, redução de arco de movimento e deformidade do cotovelo e antebraço. Alguns estudos avaliaram fatores de risco para o insucesso da redução da cabeça do radio após tratamento cirúrgico como idade, tempo entre lesão e cirurgia, distância de deslocamento da cabeça e nível da fratura na ulna.  

Entretanto, são raros os estudos onde todos esses fatores são analisados em conjunto. Diante disso, foi publicado no último mês na revista Bone and Joint Open um estudo com o objetivo de avaliar os resultados radiológicos de pacientes pediátricos com fraturas-luxações crônicas de Monteggia tratados cirurgicamente para identificar fatores de risco para redução malsucedida da cabeça radial usando análises de regressão unifatoriais e múltiplas. 

Perda da redução da cabeça radial em fraturas de Monteggia em crianças 

Imagem de freepik

O Estudo

O estudo foi retrospectivo e multicêntrico em seis hospitais na China, Itália e França onde os pacientes selecionados foram 209 crianças (menores de 17 anos) com idade média de 6,84 anos, com fraturas de Monteggia tratadas entre 2015 e 2023 com mais de 2 semanas de evolução da lesão e mais de 6 meses de follow-up. Foram excluídos pacientes com doença óssea metabólica concomitante, osteoporose ou fratura patológica, bem como aqueles com luxação congênita da cabeça do rádio. 

Leia também: Recomendações da AAP para o uso de exames radiológicos avançados na emergência 

Foram avaliados os seguintes fatores de risco: idade, sexo, lateralidade, direção e distância da luxação, largura da metáfise radial proximal pré-operatória, tempo desde a lesão até a cirurgia, método de redução, reconstrução do ligamento anular, fixação da articulação radiocapitelar, osteotomia ulnar, local da osteotomia ulnar, angulação ulnar pré e pós-operatória, método de fixação ulnar, distração ulnar progressiva e imobilização gessada pós-operatória. 

Nova luxação ocorreu durante a cirurgia em 48 pacientes (23%) e durante o acompanhamento em 44 (21,1%). O seguimento médio dos pacientes com redução bem-sucedida foi de 13,25 meses (6 a 78). De acordo com a análise univariada, tempo desde a lesão até a cirurgia (p = 0,002) e distância da luxação pré-operatória (p = 0,042) foram identificadas como potenciais fatores de risco para falha na manutenção da redução.   

No entanto, apenas o tempo desde a lesão até a cirurgia (p = 0,007) foi confirmado como fator de risco por análise de regressão logística. A análise da curva Receiver Operating Characteristic e o teste qui-quadrado confirmaram que um tempo desde a lesão até a cirurgia superior a 1,75 meses aumentou a taxa de redução malsucedida acima do ponto de corte (p = 0,002). 

Conclusão

O estudo concluiu que o tempo entre a lesão e a cirurgia é o principal fator de risco independente para falha na redução da cabeça do rádio em crianças tratadas cirurgicamente com fratura-luxação de Monteggia, particularmente naqueles com um tempo desde a lesão até a cirurgia superior a 1,75 meses. A redução cirúrgica dos CMF pediátricos deve ser realizada nos primeiros dois meses após a lesão quando possível.

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Referências bibliográficas

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