Apesar de uma patologia bastante frequente, o seu tratamento envolve diversas dúvidas e métodos, e ainda não chegamos a uma conclusão de qual a melhor forma de tratar. Os cistos pilonidais não possuem uma uniformização de classificação nem tampouco de tratamento.
Como uma forma de orientar o tratamento e com isto tentar uma padronização terapêutica, a sociedade Holandesa publicou uma diretriz baseada em perguntas práticas sobre a literatura. A primeira premissa é que a depender da gravidade e estado do cisto pilonidal, irá requerer tratamentos distintos e portanto o primeiro passo é orientar uma classificação dos tipos de formas clínicas.
Como devemos classificar os cistos pilonidais ?
Uma das classificações é proposta pela sociedade Holandesa.
Cisto Pilonidal Simples
Tipo Ia – Um ou mais orifícios no sulco interglúteo sem sintomas;
Tipo Ib – Um ou mais orifícios no sulco interglúteo com sintomas;
Tipo II – Abscesso pilonidal agudo.
Cisto Pilonidal Complexo
Tipo III – Composto pelo Tipo Ib acrescentado uma ou mais aberturas de sinus lateral ao sulco interglúteo. Essas aberturas sinusais geralmente contêm tecido de granulação, sangue e/ou pus. Geralmente são unilaterais, mas também podem se apresentar bilateralmente Considere a possibilidade de hidradenite supurativa se houver múltiplas aberturas nos seios laterais.
Cisto Pilonidal Recorrente
Tipo IV – Recorrência do seio pilonidal após tratamento cirúrgico prévio (excluindo drenagem de abscesso).
Ferida crônica que não cicatriza
Tipo V – Ferida crônica (geralmente hipergranulação) que não cicatriza na linha média após cirurgia anterior.
Como diferenciar cisto pilonidal de hidradenitis supurativa ?
Apesar de possuírem lesões com aspecto semelhante, a hidradenite geralmente está associada a lesões em axila e/ou região inguinal, e portanto paciente com história de lesões nestas regiões sugerem fortemente o quadro de hidrosadenite supurativa e deve ser encaminhado ao dermatologista para tratamento adequado.
Qual o melhor tratamento para cistos pilonidais ?
A recomendação é que não se ofereça nenhum tipo de tratamento cirúrgico para pacientes com lesões simples assintomáticas (Tipo Ia). A modalidade minimamente invasiva deve ser tentada nos casos sintomáticos (Tipo Ib). A excisão da linha média com fechamento primário não é recomendado pelo alto índice de recidiva e infecção de ferida. O grau de recomendação é baixo.
Qual o grau de evidência para recomendar depilação definitiva com laser após a cirurgia?
O uso de laser para depilação após cirurgia do cisto pilonidal deve ser vista com cautela, visto que a maioria dos estudos que estudaram esta intervenção possuem uma baixa qualidade estatística. Algumas revisões sistemáticas revelam um benefício na taxa de recorrência, no entanto isto deve ser melhor analisado com futuros estudos.
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Quais são as prevenções que devemos orientar aos pacientes?
- não deixar fios de cabelos soltos após cortes de cabelo;
- evitar raspar pelos no sulco interglúteo;
- sugerir perda de peso para os pacientes com sobrepeso ou mais;
- orientar parar de fumar;
- evitar longos períodos sentados.
Pra levar para casa
Existe uma grande heterogeneidade em relação ao tratamento estudos sobre cistos pilonidais. Assim, mesmo as sociedades possuem alguma dificuldade na elaboração de diretrizes que possuam uma forte evidência estatística, visto que os trabalhos originais já possuem esta carência. No entanto, os tratamentos minimamente invasivos podem ser uma excelente alternativa, visto que possuem um menor dano tecidual e melhor recuperação.
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