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Carreira4 julho 2025

Quanto ganha um médico cardiologista? Formação, carreira e potencial de renda

Com alta empregabilidade, a cardiologia apresenta crescente demanda na rede suplementar e consultórios particulares
Por Redação Afya

A cardiologia é uma das especialidades médicas mais valorizadas no Brasil, tanto pela complexidade técnica quanto pela crescente demanda associada ao envelhecimento da população. Quem está pensando em seguir esse caminho, acaba ponderando quanto ganha um cardiologista e como a formação impacta a remuneração.

Descubra com o Portal Afya como funciona a residência médica em cardiologia, quais os caminhos alternativos como a pós em cardiologia e como impulsionar sua carreira. O guia detalhado abaixo também explora as faixas salariais, os fatores que influenciam os ganhos nessa especialidade e, não menos importante, as áreas de atuação.

 

médico cardiologista

O que é Residência Médica e sua importância na formação médica

 

Definição e aspectos legais

A residência médica em cardiologia é um programa exigente, mas que prepara o profissional para os desafios da área. A formação visa capacitar o residente para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas, com foco em áreas como insuficiência cardíaca, hipertensão e doença cardíaca coronária.

 

Diferença entre Residência Médica e especialização

A residência médica e a pós-graduação em cardiologia são caminhos válidos para obter uma formação após a graduação. A residência é a única que garante o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) automaticamente ao final do programa. Já a pós em cardiologia exige uma prova de título para reconhecimento oficial.

 

Leia mais: A pós-médica mais completa do mercado é na Afya

 

Por que fazer Residência Médica?

Fazer a residência médica é essencial para:

 

  • Formação sólida e completa: Permite o contato diário com diversas patologias, procedimentos e tecnologias.
  • Reconhecimento profissional: Garante o RQE, indispensável para atuar legalmente como especialista e para o credenciamento em hospitais e planos de saúde.
  • Networking: Facilita a construção de uma rede de contatos profissionais.
  • Maiores oportunidades de trabalho: Hospitais e clínicas de renome geralmente exigem o título de especialista.

 

Leia: Desafios da residência de Cardiologia

 

Como funciona a Residência Médica no Brasil

 

Duração e carga horária

 Para se tornar um cardiologista, o médico deve, primeiramente, completar a residência em Clínica Médica, que geralmente dura dois ou três anos (R1, R2, R3). Após a conclusão, a residência em cardiologia tem duração de mais dois anos (R4 e R5). Em alguns casos, há programas de acesso direto à cardiologia, com duração total de cinco anos após a graduação. A carga horária é de 60 horas semanais, totalizando 2.880 horas por ano, incluindo plantões. A formação é predominantemente prática, com 90% das atividades voltadas para o atendimento de pacientes e 10% para aulas teóricas.

Saiba mais: Residência Médica UNIFESP: guia do processo seletivo

 

Remuneração e direitos do médico residente

O médico residente recebe uma bolsa-auxílio mensal, cujo valor é definido pelo Ministério da Educação (MEC) e reajustado periodicamente. Em 2025, o valor da bolsa-auxílio é de R$ 4.106,09. Além da bolsa, o residente tem direito a 30 dias de férias por ano, auxílio-moradia (quando a instituição não oferece moradia), e auxílio-alimentação.

 

Leia mais: Residência médica: quais são os direitos dos residentes

 

Supervisão e atividades práticas

 Durante a residência, o médico atua sob a supervisão direta de preceptores experientes. As atividades práticas incluem atendimento em enfermarias, pronto-socorro, UTIs, ambulatórios, realização de procedimentos, discussões de casos clínicos e participação em aulas e seminários.

 

Avaliação e certificação

A avaliação do residente é contínua e inclui desempenho nas atividades práticas, provas teóricas e participação em projetos de pesquisa. Ao final do programa, com aprovação em todas as etapas, o médico recebe o certificado de conclusão da residência em cardiologia, que o habilita a solicitar o Registro de Qualificação de Especialista.

O RQE é necessário para atuar como cardiologista reconhecido. Ele é automaticamente emitido ao concluir a residência, mas pode ser obtido via prova de título após pós-graduação credenciada.

Agora que abordamos a formação, vamos à parte que mais desperta curiosidade: a remuneração.

 

Afinal, quanto ganha um médico cardiologista no Brasil?

 

Hoje um cardiologista ganha em média R$ 8.021,73 para uma jornada de trabalho de 21 horas semanais, de acordo com pesquisa do Portal Salario junto a dados de 510 profissionais admitidos e desligados em regime CLT nos últimos 12 meses divulgados pelo Novo CAGED. O teto pode chegar a R$16.320,88.

Profissionais com mais experiência podem alcançar salários de até R$ 20.000 por mês. Além disso, cardiologistas que combinam diferentes fontes de renda, como plantões e atendimentos em consultórios privados, tendem a ganhar mais do que a média.

Agora que você sabe quanto um cardiologista ganha, pode pensar em cargos diferentes. Se quiser lidar com gestão hospitalar, o futuro é bastante promissor. Um diretor chega a ganhar mais de R$ 19 mil por mês. Cirurgiões ganham em torno de R$ 18 mil mensais. O que não faltam são oportunidades.

É importante ressaltar que esses valores são estimativas e podem variar conforme a cidade, o tipo de atuação, a carga horária e se o especialista é do setor público ou privado.

 

Faixas salariais médias por nível de experiência

  •  Início de carreira: R$ 10.000 a R$ 18.000/mês
  • Experientes: R$ 18.000 a R$ 30.000/mês
  • Sêniores: R$ 30.000 a R$ 60.000/mês ou mais

 

Hospital x consultório próprio

Cardiologistas que atuam em consultórios próprios podem alcançar rendimentos superiores aos que trabalham exclusivamente em hospitais, devido à possibilidade de atender mais pacientes e realizar procedimentos com maior margem de lucro.

 

Custos e ganhos esperados com consultório particular

Montar um consultório particular envolve custos iniciais com aluguel, equipamentos, secretária, marketing e formalização. No entanto, após um período de consolidação, o consultório próprio pode se tornar a principal fonte de renda do cardiologista, oferecendo autonomia e flexibilidade.

O quanto ganha um cardiologista particular com um consultório consolidado é altamente variável, dependendo da demanda, da reputação e da gestão do negócio, mas o potencial é ilimitado.

 

Diferenças entre regimes de trabalho

  •  CLT (Consolidação das Leis do Trabalho): Oferece estabilidade, benefícios (férias, 13º salário, FGTS), mas com um teto de ganhos.
  • PJ (Pessoa Jurídica): Maior flexibilidade e potencial de renda, mas sem os benefícios da CLT. Exige maior responsabilidade fiscal.
  • Autônomo: Liberdade para definir horários e preços, mas sem garantia de renda fixa.
  • Plantão: Renda mais alta por hora trabalhada, ideal para complementar a renda ou para recém-formados. Muitos cardiologistas combinam regimes de trabalho para otimizar seus ganhos.

 

Caminhos para aumentar o rendimento

 Para aumentar o salário de cardiologista, algumas estratégias incluem:

 

  • Subespecializações e certificações: adquirir novas habilidades e certificações em áreas específicas da cardiologia, como eletrofisiologia ou ecocardiografia avançada.
  • Gestão de carreira: investir em marketing médico, gestão financeira do consultório e relacionamento com pacientes.
  • Dupla jornada: combinar atuação em hospitais, consultório particular e/ou plantões.
  • Ensino e pesquisa: atuar em universidades ou centros de pesquisa, complementando a renda e consolidando a reputação.

 

Tipos de Residência Médica

 

Especialidades básicas e acesso direto

Como já detalhamos lá em cima, a residência médica em cardiologia possui acesso indireto. A formação exige clínica médica como pré-requisito.

Áreas de atuação

A cardiologia é vasta e oferece diversas áreas de atuação, permitindo ao profissional subespecializar-se após a residência ou ao longo da carreira.

 

  • Cardiologia Clínica: Foco no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças cardiovasculares, sem procedimentos invasivos complexos.
  • Cardiologia Intervencionista: Realiza procedimentos invasivos como cateterismos, angioplastias, implante de stents, entre outros. A cardiologia clínica vs intervencionista é uma escolha importante, pois a intervencionista geralmente demanda mais plantões e procedimentos de alta complexidade.
  • Cardiologia Pediátrica: Cuida de doenças cardíacas em crianças, desde o nascimento até a adolescência.
  • Eletrofisiologia: Estuda e trata as arritmias cardíacas, realizando procedimentos como ablações e implante de marca-passos.
  • Ecocardiografia: Especialista na realização e interpretação de exames de ultrassom do coração.
  • Cardiologia Preventiva: Focada na prevenção de doenças cardiovasculares através de mudanças no estilo de vida e controle de fatores de risco.
  • Cardiologia Esportiva: Atua na avaliação e acompanhamento de atletas e praticantes de atividade física, prevenindo problemas cardíacos relacionados ao exercício.
  • Cardiologia Geriátrica: Especializada no tratamento de doenças cardíacas em idosos, considerando as particularidades dessa população.

 

Como ingressar na Residência Médica

 Processo seletivo e principais etapas

O processo envolve provas objetivas, análise curricular e, em alguns casos, entrevista. A concorrência para cardiologia é alta, especialmente em instituições como USP, Unifesp e UFRJ.

Referência do Ministério da Saúde no tratamento de alta complexidade em doenças cardíacas, o Instituto Nacional de Cardiologia (INC) atua há mais de 40 anos com destaque em procedimentos hemodinâmicos, cirurgias cardíacas de alta complexidade, incluindo as neonatais. Hoje, é o único hospital público que realiza transplantes cardíacos em adultos e crianças no estado do Rio de Janeiro e é o segundo centro que mais realiza cirurgias de cardiopatias congênitas no Brasil. Formador de profissionais para a rede de saúde, o INC também possui residência médica em cardiologia.

 

COREME e instituições credenciadas

 As vagas são reguladas pelas COREME (Comissões de Residência Médica) de hospitais e universidades credenciadas pela CNRM/MEC.

 

Documentação necessária

Os candidatos devem apresentar diploma de graduação, registro no CRM, currículo atualizado, entre outros documentos específicos exigidos pelos editais.

Calendário do processo seletivo

Os editais costumam ser divulgados entre o segundo semestre e o final do ano, com provas ocorrendo entre o final do ano e o início do ano seguinte. É fundamental ficar atento aos cronogramas de cada instituição.

 

Dicas para escolher sua Residência Médica

 Fatores a considerar na escolha da especialidade

 A cardiologia é uma área complexa e dinâmica, com constante evolução de técnicas e tratamentos. É importante ter um interesse genuíno pela área e gostar de lidar com pacientes e desafios técnicos. A cardiologia exige dedicação, mas oferece excelente retorno financeiro. Além disso, a cardiologia pode envolver pacientes com diferentes perfis e necessidades. Portanto, é fundamental ter uma boa relação com os pacientes e gostar de lidar com situações de alta complexidade.

 

Como avaliar os programas de residência

 Busque instituições com preceptores renomados e experientes; avalie a qualidade dos hospitais, ambulatórios e equipamentos; e converse com residentes atuais e ex-residentes para saber sobre o ambiente de trabalho e o suporte oferecido.

 

Perspectivas de mercado por especialidade

 Com mais de 20 mil cardiologistas no Brasil, a especialidade é uma das mais procuradas e rentáveis da Medicina. Contudo, para se destacar, é preciso estar atualizado e na vanguarda das práticas do mercado.

Com alta empregabilidade, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, a cardiologia apresenta crescente demanda na rede suplementar e consultórios particulares. Devido ao envelhecimento populacional e ao aumento das doenças cardiovasculares, a demanda por cardiologistas tende a crescer ainda mais nos próximos anos.

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