Sonha em se tornar dermatologista e mergulhar no universo da pele, cabelos e unhas? A residência médica em dermatologia é o caminho mais completo e reconhecido para alcançar essa especialidade no Brasil. O cuidado com o maior órgão do corpo humano exige a atuação de um médico altamente qualificado.
Este guia detalhado é para você, estudante de medicina ou recém-formado, que busca entender como funciona esse processo, desde a seleção até as inúmeras possibilidades de atuação e de subespecialização.
Curiosidade: a área conta com a maior presença feminina na medicina; 80,6% dos dermatologistas no País são mulheres, segundo a Demografia Médica 2025. De acordo com o mesmo levantamento, hoje, 11.419 pessoas têm título em Dermatologia. Entretanto, são 12.337 registros de especialistas, pois 918 indivíduos (8%) estão inscritos em mais de um CRM/UF.
Qual é a especialidade de um médico dermatologista?
A dermatologia é a especialidade clínico-cirúrgica responsável por estudar, diagnosticar e tratar de enfermidades que acometem a pele, a unha e os cabelos. Além de poderem atuar de forma clínica-cirúrgica, atendendo pacientes em consultórios e realizando cirurgias de doenças dermatológicas, os profissionais também podem atuar em cosmiatria, ou seja, na estética.
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O que é Residência Médica e sua importância na formação médica
Definição e aspectos legais
O programa de residência em dermatologia oferece uma formação completa para médicos que desejam se especializar na área, cobrindo ambientes ambulatoriais e hospitalares. O currículo é desenhado para proporcionar conhecimento profundo nas principais doenças dermatológicas, incluindo diagnóstico, tratamento e realização de procedimentos cirúrgicos de pequeno e médio porte.
Para atuar como dermatologista, o médico deve concluir a residência ou possuir título reconhecido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
A Sociedade Brasileira de Dermatologia foi fundada em 1912. Hoje, ela representa a segunda maior sociedade da área do mundo, ficando atrás apenas da Academia Americana de Dermatologia (AAD).
Como se tornar dermatologista
Existem duas formas de obter a especialização:
- Ter concluído um curso de residência em dermatologia reconhecido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM);
- Ter concluído especialização em dermatologia reconhecida pela SBD e ser aprovado em concurso de prova de título e habilidades das Sociedades de especialidades filiadas à Associação Médica Brasileira (AMB). No caso da dermatologia, a prova de Título de Especialista em dermatologia da SBD.
Todos os aprovados e os que concluíram a residência devem registrar os certificados nos Conselhos de Medicina de seus estados para obter o chamado Registro de Qualificação de Especialista (RQE), a fim de poderem atuar legalmente.
Diferença entre Residência Médica e especialização
Embora ambos formem especialistas, a residência médica conta com supervisão intensiva, remuneração, carga horária completa e exigência de dedicação exclusiva. Já os cursos de especialização lato sensu, como dermatologia pós-graduação, não conferem Registro de Qualificação de Especialista, como é o caso do programa de residência.
Por que fazer Residência Médica?
Nesta etapa, os médicos atendem pacientes e aprendem sobre todo tipo de doença de pele. Familiarizam-se com os tratamentos clínicos, cosmiátricos, laser, oncológicos e cirúrgicos que envolvam a pele e seus anexos. Durante a residência, são quase nove mil horas de estudo, para tornar o médico apto a tratar e diagnosticar as diversas doenças e problemas da pele e de suas extensões.
Como funciona a Residência Médica no Brasil
Duração e carga horária
A residência em dermatologia dura três anos, com foco prático e teórico. A carga horária semanal é de 60 horas, incluindo plantões. Ao longo do programa, o residente passa por áreas como dermatologia clínica, cirúrgica, estética, dermatopatologia e oncologia cutânea.
Remuneração e direitos do médico residente
O médico residente recebe bolsa federal mensal, atualmente no valor de R$ 4.106,09 (em 2025), além de ter direito a férias, seguro de responsabilidade civil e, em alguns casos, auxílio-moradia.
Supervisão e atividades práticas
A supervisão é constante. O residente está sempre acompanhado por preceptores, que são médicos especialistas, ensinando e orientando em cada etapa do seu aprendizado. As atividades práticas englobam desde consultas ambulatoriais, realização de biópsias e pequenas cirurgias, acompanhamento de casos internados e realização de procedimentos estéticos.
Descubra, a partir da matriz curricular da dermatologia, elaborada pelo MEC, os conhecimentos que o profissional deve ter ao fim de cada ano de residência.
Avaliação e certificação
Ao longo da residência, o desempenho é avaliado por meio de provas teóricas, avaliação de habilidades práticas e participação em discussões de caso. Ao final dos três anos e cumprindo todas as exigências, o especialista recebe o certificado de conclusão válido em todo o território nacional. Com ele, é possível solicitar o RQE e registrar-se na Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Tipos de Residência Médica
Especialidades básicas e acesso direto
A dermatologia é uma especialidade de acesso direto, o que significa que você pode prestar a prova de residência logo após a graduação em medicina, sem a necessidade de uma residência prévia em outra especialidade.
Especialidades com pré-requisito
Outras especialidades, como cirurgia plástica ou endocrinologia, exigem residência prévia em áreas básicas. No caso da dermatologia, isso não é necessário.
Áreas de atuação
A formação abrange áreas clínicas (acne, psoríase, infecções), cirúrgicas (retirada de nevos, tumores de pele), oncológicas (melanoma, carcinoma) e estéticas (botox, preenchimentos, peelings, laser).
Sendo assim, o médico dermatologista pode atuar em:
- Hospitais;
- Clínicas dermatológicas;
- Consultórios particulares;
- Centros de estética;
- Ambulatórios públicos; e
- Instituições de ensino e pesquisa.
Como ingressar na Residência Médica
Processo seletivo e principais etapas
A medicina dermatologia exige dedicação desde o processo seletivo, mas oferece grande reconhecimento profissional, versatilidade de atuação e retorno financeiro atrativo.
O ingresso se dá por meio de concursos públicos e provas organizadas por instituições como hospitais universitários, estaduais ou privados com credenciamento da CNRM. O processo seletivo para a residência dermatologia é altamente competitivo e geralmente envolve as seguintes etapas:
- Prova teórica: Geralmente de múltipla escolha, abrangendo conhecimentos de todas as grandes áreas da medicina.
- Análise de currículo: Avaliação de sua trajetória acadêmica, publicações científicas, estágios e outras atividades extracurriculares.
- Prova prática: Em algumas instituições, pode haver uma etapa prática com estações simuladas.
- Entrevista: Conversa com a banca examinadora para avaliar seu perfil, motivação e conhecimentos.
COREME e instituições credenciadas
Cada hospital com programa de residência possui uma Comissão de Residência Médica (COREME), responsável por selecionar e supervisionar os residentes. É essencial verificar se o programa é reconhecido pela CNRM/MEC.
O portal da SBD fornece uma lista de centros de serviços credenciados para consulta.
Documentação necessária
A documentação varia entre as instituições, mas geralmente inclui diploma de medicina, histórico escolar, comprovante de inscrição no CRM, comprovante de conclusão de outras residências (se for o caso), e documentos pessoais.
Calendário do processo seletivo
O calendário pode variar conforme a instituição, mas geralmente os editais são publicados entre setembro e novembro, com provas entre novembro e janeiro. Portanto, atenção aos sites das instituições e dos órgãos de residência.
Dicas para escolher sua Residência Médica
Fatores a considerar na escolha da especialidade
Não basta apenas cumprir as funções obrigatórias da profissão; é importante desenvolver diferenciais para se destacar no mercado. Dessa forma, para se destacar no mercado, um dermatologista deve ter:
- Habilidades clínicas;
- Atenção aos detalhes;
- Paciência e boa comunicação para interagir com os pacientes;
- Destreza manual para realizar procedimentos dermatológicos;
- Manter-se atualizado sobre avanços na área;
- Flexibilidade para lidar com diferentes casos e desafios clínicos; e
- Comprometimento para gerir tratamentos a longo prazo.
Como avaliar os programas de residência
Avalie a estrutura da instituição, volume de atendimentos, corpo docente, laboratórios, acesso à dermatopatologia, cirurgia dermatológica e estética, além das avaliações de ex-residentes.
Especializações em Dermatologia
Após a residência médica, o dermatologista pode se aprofundar em áreas como:
- Estética avançada: procedimentos, como transplante capilar, ácido hialurônico na face, toxina botulínica, preenchimentos e lasers;
- Oncologia cutânea: diagnóstico e tratamento de cânceres de pele;
- Dermatopatologia: interpretação de biópsias e exames histopatológicos de pele; e
- Dermatologia pediátrica e imunológica: voltadas a perfis específicos de pacientes.
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Perspectivas de mercado por especialidade
A carreira oferece diversos benefícios, como: alta demanda, prestígio e retorno financeiro. A variedade de atuação nas áreas clínica, cirúrgica e estética oferece diversas oportunidades. Após três anos de formação intensiva na residência médica, o futuro dermatologista pode unir ciência, tecnologia e estética na prática médica.
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