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Carreira15 maio 2024

Médico, saiba como classificar os tipos de desastres

O médico que conhece os tipos de desastres não é pego de surpresa e consegue pensar nas opções disponíveis para ajudar as vítimas

Os desastres, frequentemente caracterizados por eventos devastadores que causam danos significativos e disrupções nas sociedades, têm se tornado mais comuns nas últimas décadas, exigindo uma abordagem científica e sistemática para sua compreensão e gestão (AL-JAZAIRI, 2018; BORTOLIN; CIOTTONE, 2016).  

A definição e classificação de desastres são essenciais para o planejamento eficaz e a resposta coordenada a esses eventos (AL-JAZAIRI, 2018; BORTOLIN; CIOTTONE, 2016). 

 

Leptospirose é um risco das áreas afetadas por enchentes e inundações. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Definição de desastres 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um desastre é definido como uma ocorrência que interrompe as condições normais de existência e causa um nível de sofrimento que excede a capacidade de adaptação da comunidade afetada (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1999).  

A United Nations Office for Disaster Risk Reduction (UNISDR) descreve desastres como uma séria disrupção do funcionamento de uma comunidade ou sociedade, envolvendo perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais que excedem a capacidade da comunidade afetada de lidar com os recursos próprios (UNISDR, 2013).   

A International Federation of Red Cross (IFRC) acrescenta que os desastres muitas vezes têm origens naturais, mas também podem ter origens humanas, como conflitos e acidentes industriais (IFRC, 2013). 

 Leia também: Cheias no Rio Grande do Sul: qual o papel do médico em grandes desastres naturais?


Classificação de desastres
 

 Os desastres podem ser classificados de diversas maneiras, dependendo de sua natureza e origem (AL-JAZAIRI, 2018; BORTOLIN; CIOTTONE, 2016). As principais categorias incluem: 

 

Desastres Naturais

Incluem eventos como terremotos, inundações, furacões e epidemias. Esses desastres geralmente causam impactos extensos nos centros populacionais, resultando em mortes, ferimentos e destruição de infraestrutura (BORTOLIN; CIOTTONE, 2016). Exemplos notáveis incluem o terremoto no Haiti em 2010 e o furacão Katrina em 2005, que causaram disrupções massivas e evacuações em larga escala (AL-JAZAIRI, 2018). 

 

Desastres de Origem Humana

São causados por atividades humanas, como explosões, colapsos de edifícios, acidentes nucleares e atos de terrorismo (BORTOLIN; CIOTTONE, 2016). Exemplos incluem o colapso do Hotel Hyatt Regency em Kansas City em 1981 e o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 em Nova York (AL-JAZAIRI, 2018). 

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O ciclo do desastre
 

A resposta a desastres segue um padrão conhecido como ciclo do desastre, que é dividido em quatro fases: mitigação e prevenção, preparação e planejamento, resposta e recuperação (BORTOLIN; CIOTTONE, 2016; AL-JAZAIRI, 2018). 

 Mitigação e Prevenção

Envolve medidas para evitar a ocorrência de desastres ou minimizar seus efeitos (BORTOLIN; CIOTTONE, 2016). Exemplos incluem regulamentos sobre armazenamento de substâncias químicas e monitoramento de doenças infecciosas (AL-JAZAIRI, 2018). 

Preparação e Planejamento

Inclui atividades realizadas antecipadamente para preparar a comunidade para possíveis desastres, como a avaliação de riscos e a elaboração de planos de operações de emergência (BORTOLIN; CIOTTONE, 2016). 

Resposta

Fase em que os recursos são mobilizados para enfrentar o desastre, envolvendo a intervenção de várias agências e a aplicação de planos de emergência (BORTOLIN; CIOTTONE, 2016). 

Recuperação

Fase pós-impacto que visa eliminar os danos causados pelo desastre e reconstruir comunidades e infraestruturas (BORTOLIN; CIOTTONE, 2016). Esta fase pode durar de semanas a anos e envolve tanto cuidados físicos quanto de saúde mental para os afetados (AL-JAZAIRI, 2018). 


Leia também:
 
Enchentes e contaminação: como abordar as doenças causadas pela água?

Por que saber os tipos de desastres? 

O médico que conhece os tipos possíveis de desastres, como furacões, enchentes, incêndios, não é pego de surpresa e desenvolve a capacidade de pensar nas opções que têm disponíveis para agir em prol das vítimas. Cada desastre possui características específicas, que demandarão de assertividade na abordagem médica. 

Adicionalmente, conscientes de como agir, as respostas às necessidades das vítimas serão mais facilmente atendidas, de maneira coordenada e eficiente, pois saberão, de antemão, quais os riscos envolvidos e como mitigá-los.  

Cada desastre traz associado tipos de lesões e problemas de saúde diferentes como, por exemplo, nas enchentes, em que vemos casos de leptospirose e doenças diversas relacionadas à água contaminada; já em terremotos, há diversas ocorrências de fraturas e esmagamentos. Com o conhecimento prévio, os médicos podem tratar de maneira mais eficaz tais situações. 

Outro ponto que merece destaque é saber os recursos que estarão disponíveis; conhecer quais itens serão necessários, dependendo do desastre, pode ajudar na priorização e alocação dos mesmos, como kits de primeiros-socorros especializados. 

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Referências bibliográficas

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