Estudos de avaliação de tratamento invasivo comparado a tratamento conservador geralmente excluem pacientes com doença renal crônica e o melhor tratamento para esta população continua não estabelecido.
O estudo
O ISCHEMIA-CKD incluiu 777 pacientes com TFG até 30 ou dialíticos e isquemia moderada ou importante em exames não invasivos que foram randomizados para tratamento inicial invasivo (angioplastia ou cirurgia) associado a tratamento medicamentoso otimizado (TMO) ou tratamento conservador inicial baseado em TMO com revascularização percutânea ou cirúrgica na falha deste.
Os pacientes tinham idade média de 63 anos, 31% eram mulheres, 67% diabéticos, 53% dialíticos, 38% com isquemia importante, 51% com doença multiarterial. No seguimento médio de 2,2 anos a estratégia inicial invasiva não reduziu o desfecho primário de morte ou infarto agudo do miocárdio (IAM).
Foi então publicado no ESC 2022 o ISCHEMIA-CKD EXTEND, com o seguimento de cinco anos desses pacientes. O desfecho primário foi mortalidade por todas as causas e os desfechos secundários foram morte cardiovascular e morte não cardiovascular.
Houve um total de 305 mortes, endo 158 no grupo de tratamento invasivo e 147 no tratamento conservador, sem diferença estatística entre os grupos. Também não houve diferença ao se avaliar morte cardiovascular e não cardiovascular. Não houve efeito de heterogeneidade de tratamento para nenhum subgrupo.
A taxa de mortalidade foi bastante alta em cinco anos, próxima de 40% nos dois grupos, mostrando que este grupo é de alto risco e tratamentos específicos são necessários para reduzi-lo. Este foi o maior estudo que avaliou estratégia de tratamento em pacientes com doença renal crônica e os pacientes serão avaliados novamente com nove anos de seguimento.
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