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Cardiologia26 agosto 2022

ESC 2022: Eficácia medicamentosa pós-IAM é maior com três medicamentos em modo conjunto ou separado?

Estudo avaliou a ocorrência de eventos cardiovasculares no uso de único comprimido em associação de três medicamentos versus o uso separado.

Apesar da gravidade da doença e da importância do tratamento medicamentoso, a aderência ao tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM) ainda é baixa. Estudos prévios avaliaram que a aderência com o uso de um único comprimido com três medicações diferentes comparado ao uso dessas medicações separadamente teve resultados melhores na aderência dos pacientes.  

Baseado nisso, foi feito o estudo SECURE, que teve como objetivo avaliar se a ocorrência de eventos cardiovasculares em pacientes que fizeram uso de um único comprimido com associação de três medicamentos comparado ao uso dos medicamentos separadamente seria menor.

pós-IAM

O estudo

Foram incluídos 2.500 pacientes com mais de 65 anos que tiveram IAM e tinham pelo menos um dos seguintes: diabetes, doença renal crônica leve a moderada, IAM prévio, revascularização coronariana prévia, AVC prévio ou idade maior ou igual a 75 anos.  

O comprimido era composto de aspirina na dose de 100mg, atorvastatina 20 ou 40mg (a dose era definida de acordo com a tolerância do paciente) e ramipril 2,5 ou 5 ou 10mg, que era aumentado de forma progressiva a cada três semanas. 

O desfecho primário era composto de morte cardiovascular, IAM, acidente vascular cerebral (AVC) ou revascularização de urgência. O desfecho secundário era morte cardiovascular, IAM ou AVC. 

A média de idade dos pacientes foi 75,8 anos, 31% eram mulheres e as características entre os dois grupos foi semelhante. 

Houve diferença significativa no desfecho primário entre os grupos, com redução de 24% de eventos no grupo que tomava um comprimido único em um seguimento médio de três anos (HR 0,76; IC95% 0,60-0,96; p < 0,001 para não inferioridade e 0,02 para superioridade). A taxa de eventos foi de 9,5% no grupo com um comprimido comparado a 12,7% no com três comprimidos. 

A diferença entre os grupos pôde ser vista desde o início do estudo e essa diferença foi aumentando de forma progressiva ao longo do seguimento. Também houve diferença no desfecho secundário, principalmente às custas de redução de mortalidade e IAM, e os desfechos foram consistentes na análise de subgrupos, com tendência de benefício em todos os subgrupos. 

De forma interessante, apesar da aderência menor no grupo que tomou as três medicações separadamente, as taxas de LDL e os valores de pressão arterial foram semelhantes entre os grupos.

Conclusão

Como conclusão temos que o uso de um comprimido único com aspirina, atorvastatina e ramipril após a ocorrência de IAM leva a redução de eventos cardiovasculares por provável aumento da aderência a medicação. Além disso, o uso de comprimido único foi seguro, sem ocorrência de eventos adversos entre os grupos e a adoção desse tipo de medicação pode se tornar parte de uma estratégia para melhorar a prevenção secundaria pós-IAM.

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Referências bibliográficas

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