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Cardiologia1 setembro 2019

ESC 2019: no IAM com supraST, faça revascularização completa

Estudo apresentado no congresso da ESC 2019 mostrou que a estratégia de revascularização completa é benéfica nos pacientes com IAM com supraST.

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A angioplastia primária é o tratamento de escolha no IAM com supradesnível do segmento ST, devendo ser realizada em até 90 min da admissão (tempo porta-balão). Em alguns pacientes, é comum que na coronariografia seja encontrada mais de uma lesão obstrutiva nas coronárias e havia dúvida se devíamos abordar apenas a lesão culpada do IAM ou todas. No choque cardiogênico, o estudo CULPRIT-SHOCK mostrou que o ideal é abrir apenas a artéria culpada no primeiro momento 🡪 estabilizar o paciente 🡪 e só depois abrir as demais obstruções.

esc 2019

Revascularização completa no IAM com supraST

Um estudo publicado na NEJM e apresentado no congresso da European Society of Cardiology (ESC) 2019 mostrou que a estratégia de revascularização completa é benéfica nos pacientes com IAM com supraST sem choque cardiogênico, só que essas angioplastias podem ser feitas em mais de um tempo (para poupar contraste e risco) e em até 45 dias após o IAM, não necessitando ficar internado para completar todas.

O Portal PEBMED vai trazer as principais novidades do congresso 2019 da ESC 2019, que acontece entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro. Confira todos os artigos clicando aqui.

No estudo, 4041 pacientes em 140 centros de 31 países foram randomizados para:

  • Revascularização completa, podendo ser feita em dois ou mais “tempos” e até 45 dias após a alta. Foram tratadas todas as lesões com > 70% obstrução e aquelas com 50-69% e FFR indicando isquemia.
  • Versus revascularização apenas da artéria culpada seguida de tratamento clínico, independente da presença ou não de isquemia residual em exames funcionais.

A população tinha idade média de 62 anos, 80% homens, 20% diabéticos, 2% renais crônicos e 10% em Killip II ou III. Os resultados mostraram redução de 26% no risco de IAM ou morte, com um NNT de 37:1. Não houve aumento significativo de riscos, como sangramento e insuficiência renal. É bem verdade que na análise individual de desfechos, a grande redução foi no IAM e angina, e não em morte ou AVC, mas ainda assim é um belo resultado.

Por isso, para a prática clínica, a ideia é sempre tentar a revascularização completa no IAM com supraST, primeiro da artéria culpada e depois das demais lesões.

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Referências:

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