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Anestesiologia11 março 2025

Anestesia venosa versus anestesia inalatória: prós e contras 

A anestesia geral é uma técnica anestésica amplamente utilizada na prática clínica podendo ser realizada em qualquer tipo de procedimento

A anestesia geral pode ser realizada desde os mais simples procedimentos, como retiradas de lesões, até cirurgias mais complexas e consiste no uso de drogas que irão promover amnésia, relaxamento e analgesia ao paciente, oferecendo conforto e segurança a equipe. A anestesia geral pode ser realizada de diversas maneiras, entre elas temos a técnica de anestesia venosa total (AVT), onde são utilizados apenas anestésicos por via endovenosa para a indução e manutenção da anestesia, sem o uso de gases anestésicos, sendo o propofol, o principal fármaco utilizado, geralmente associado a um opioide como o remifentanil. Além da técnica de AVT podemos também citar a anestesia inalatória (AI), onde são administrados apenas agentes inalatórios, como o isoflurano e sevoflurano, administrados por um vaporizador específico, combinado com oxigênio e ar comprimido. 

A escolha entre AVT e AI irá depender de vários fatores como tipo de cirurgia, condições clínicas do paciente e preferência do profissional anestesista o que levará a uma análise individual do melhor custo-benefício específico para cada situação. 

As técnicas apresentam características distintas assim como forma de realização, e cada situação oferece prós e contras. 

Anestesia venosa total  

Prós: 

  1. Menor risco de náuseas e vômitos no período pós-operatório, sendo ideal para pacientes mais suscetíveis a essa condição. 
  2. Início da indução mais rápido promovendo uma perda da consciência em segundos. 
  3. Recuperação e despertar precoce, pois as drogas possuem metabolização e eliminação rápidas. 
  4. Menor risco de complicações como hipertermia maligna. 
  5. Menor impacto ambiental por não utilizar agentes voláteis que são poluentes. 
  6. Não promove irritação de vias aéreas, sendo útil em pacientes asmáticos ou com alguma pneumopatia reativa. 
  7. Menor efeito cardiovascular, podendo ser vantajoso em cirurgias cardíacas.

Contras: 

  1. Risco de infusão inadequada podendo levar a sub ou superdosagem, principalmente se não estiver sendo usado a monitorização adequada. 
  2. Necessidade de aparelhagem especial como bomba de infusão que são equipamentos mais caros e com risco de falhas técnicas. 
  3. Necessidade do uso de índice bispectral para controlar a profundidade anestésica. 
  4. Dor à injeção principalmente quando utilizado propofol, gerando desconforto na indução. 
  5. Maior custo, pois o uso de propofol contínuo acaba sendo mais caro que o uso de agentes inalatórios.

Anestesia venosa versus anestesia inalatória: prós e contras 

Imagem de wavebreakmedia/freepik

Anestesia inalatória 

Prós: 

  1. Promove uma indução rapidamente reversível sendo uma excelente opção para crianças e pacientes de alto risco. 
  2. Manejo fácil do ajuste da profundidade anestésica por mudanças da concentração expirada. 
  3. Menor risco de infusão inadequada com um controle contínuo da anestesia sem necessidade do uso de bomba de infusão. 
  4. Não há dor na indução, pois os agentes inalatórios, principalmente o sevoflurano permite uma indução confortável. 
  5. Menor custo principalmente em cirurgias de curta duração, pois os gases acabam sendo mais econômicos que ouso de propofol em infusão contínua. 

Contras: 

  1. Maior risco de náuseas e vômitos no pós-operatório, pois são um dos efeitos colaterais mais comuns de agentes voláteis. 
  2. Depressão cardiovascular que pode levar a hipotensão de forma mais pronunciada. 
  3. Maior possibilidade de irritação de vias aéreas, podendo levar a quadros de tosse e broncoespasmo. 
  4. Maior impacto ambiental pois os agentes voláteis são poluentes, contribuindo para o efeito estufa e poluição. 
  5. Maior risco de complicações como hipertermia maligna, sendo contraindicada em pacientes com predisposição genética. 

Considerações finais

A AVT pode ser mais ideal para pacientes com alto risco para náuseas e vômitos no pós-operatório e hipertermia maligna, cirurgias neurológicas onde há a necessidade de um maior controle da pressão arterial e em pacientes com história de hiperreatividade de vias aéreas. 

Já a AI pode ser mais indicada em cirurgias de curta duração, cirurgias pediátricas e procedimentos que necessitem de um ajuste mais rápido das doses anestésicas. 

Tanto a AVT como a AI são excelentes opões de técnicas anestésica para a realização de anestesia geral, porém a escolha sempre irá depender da preferência do profissional anestesista e dos fatores citados.

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Referências bibliográficas

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