Logotipo Afya
Anúncio
Terapia Intensiva3 setembro 2024

D-Dímero no Tromboembolismo Pulmonar

Quando combinado com o teste de D-dímero, o tromboembolismo pulmonar (TEP) pode ser excluído com segurança sem angiotomografia de tórax.
Por Julia Vargas

O diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP) é um processo complexo e de várias etapas. Existem pelo menos 10 versões diferentes de escores de predição clínica de TEP, como o escore de Wells e o escore de Genebra. Quando combinado com o teste de D-dímero, o TEP pode ser excluído com segurança sem angiotomografia de tórax (angioTC) ou cintilografia de ventilação-perfusão (VQ). 

Um estudo prospectivo multicêntrico foi realizado com objetivo de avaliar a aceitação do uso exclusivo do teste de D-Dímero para diagnóstico de TEP, a fim de reduzir a proporção de pacientes investigados para TEP que receberam exames de imagem, mantendo, ao mesmo tempo, segurança. 

Saiba mais: TEP de alto risco no CTI: como conduzir?

A hipótese era de que poderia ser seguro excluir TEP usando dímero D como um teste independente com o ponto de corte recomendado de 500 ng/mL. Para aderir ao protocolo, o médico deveria solicitar o teste do dímero D e ter se abstido de obter AngioTC ou VQ se o resultado do dímero D for inferior a 500 ng/mL. 

O principal resultado de benefício clínico esperado foi a proporção de pacientes testados para TEP que foram submetidos a AngioTC ou VQ. O resultado primário de segurança foi a proporção de pacientes que tiveram resultado negativo para TEP e foram posteriormente diagnosticados com TEP em qualquer hospital da cidade durante os 30 dias seguintes. 

No total, 2 dos 5.153 pacientes (IC 95% 0,01% a 0,16%) que testaram negativo para TEP através do D-dímero isolado foram diagnosticados com TEP nos 30 dias subsequentes. 

No grupo controle (sem protocolo estabelecido), 3 de 2.886 (IC 95% 0,04% a 0,31%) pacientes com teste negativo para TEP foram diagnosticados com TEP nos 30 dias subsequentes. 

Os resultados mostraram uma redução significativa da solicitação de exames de imagem em pacientes com D-dímero negativo bem como uma redução na falha na solicitação de imagens para pacientes com um resultado elevado de D-dímero. Não houve efeito na proporção de todos os casos de TEP diagnosticados, no tempo de permanência no pronto-socorro ou no tempo de permanência após avaliação por um médico. 

Veja também: ACP 2024: O manejo ambulatorial do tromboembolismo venoso

Embora a proporção de pacientes testados para TEP com exames de imagem não tenha mudado, o número de exames de imagem positivos para TEP foi maior, demostrando uma maior eficiência na solicitação dos exames.  No geral, esta abordagem foi segura, com apenas 0,04% dos pacientes com resultados negativos sendo diagnosticados com TEP nos 30 dias seguintes. 

Esses resultados concordam com estudos anteriores. Muitos estudos de implementação de testes de TEP relataram um aumento no rendimento de imagens após a implementação de um protocolo baseado em evidências.  

Um achado importante do estudo foi a segurança de descartar TEP apenas com níveis de dímero D, sem avaliar a probabilidade pré-teste ( escores de risco). Entre os 96 casos em que o médico se desviou do protocolo e realizou exames de imagem sem medir os níveis de dímero D, a prevalência de TEP foi de 21,8%, superior à do estudo geral. 

Anúncio

Assine nossa newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Ao assinar a newsletter, você está de acordo com a Política de Privacidade.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Referências bibliográficas

Compartilhar artigo