Na sessão de atualização em sepse, o Prof. Rui Moreno da universidade de Lisboa, palestrou durante o Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI) sobre a necessidade de atualização do escore SOFA (Sequential Orgain Failure Assessment).
Introdução
O escore SOFA é um escore de disfunção orgânica, atualmente utilizado para o diagnóstico de sepse, que avalia 6 sistemas orgânicos (neurológico, hemodinâmico, pulmonar, renal, hepático, hematológico). O escore varia entre de 0 a 24 pontos, sendo que quanto maior o seu valor, mais grave é a disfunção orgânica apresentada pelo paciente [1].
O professor apresentou os benefícios e críticas em relação ao escore.
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Benefícios do escore:
- Escore diagnóstico de disfunção orgânica utilizado para diagnóstico da sepse.
- Disfunção orgânica é um processo contínuo, logo diferente de outros scores que avaliam mortalidade como o SAPS III e APACHE II, podemos realizar sua avaliação diária e observar a evolução temporal das disfunções orgânicas do paciente na UTI com o delta SOFA.
- Boa correlação mortalidade
- Validação externa
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Críticas ao escore:
- Sistema Nervoso Central: Demência prévia, sedação e diferenças entre condições anatômicas e funcionais podem dificultar a avaliação da escala de coma de Glasgow.
- Cardiovascular: Necessidade de acrescentar algumas drogas vasoativas como vasopressina, o desuso da dopamina e novos dispositivos de assistência ventricular não incorporados no escore
- Respiratório: Gravidade avaliada pela relação PaO2/FiO2, sendo necessário adicionar a relação SpO2/FiO2 como alternativa para estratificação.
Logo pelas críticas apresentadas, é necessária uma nova atualização.
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Conclusão
- SOFA é um escore validado de disfunção orgânica, com avaliação diária, com boa correlação com mortalidade.
- O delta SOFA é extremamente útil em nos mostrar a evolução temporal das disfunções orgânicas do nosso paciente.
- O escore precisa de uma nova atualização principalmente em relação ao ponto de vista cardiovascular com incorporação de novas drogas e dispositivos de assistência ventricular, além de uma melhor avaliação neurológica excluindo os fatores confundidores como sedação, delirium e demência.
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