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Saúde21 outubro 2024

Vacinação eficaz pode ser uma aliada no combate a infeções resistentes

Relatório da OMS aponta que uma maior disseminação do uso de vacinas poderia evitar a necessidade de tratamentos antibióticos em 22%

O documento da Organização Mundial de Saúde (OMS) intitulado “Estimando o impacto das vacinas na redução da resistência antimicrobiana e do uso de antibióticos” apresentou dados avaliando o impacto de 44 vacinas direcionadas a 24 patógenos (19 bactérias, quatro vírus e um parasita) no combate a infecções resistentes a medicamentos e trouxe recomendações para fortalecer as ações contra a resistência antimicrobiana.

“Enfrentar a resistência antimicrobiana começa com a prevenção de infecções, e vacinas estão entre as ferramentas mais poderosas para se fazer isso”, afirmou o Dr. Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. “É melhor prevenir do que remediar, e aumentar o acesso às vacinas existentes e desenvolver novas para doenças críticas, como a tuberculose, é fundamental para salvar vidas e virar o jogo contra resistência antimicrobiana.”

Leia também: ACP 2024: Resistência antimicrobiana: quais os tratamentos?

Vacinação eficaz pode ser um aliada no combate a infeções resistentes

Vacinas para prevenção do abuso de antibióticos

De acordo com os dados levantados pela entidade, aproximadamente 5 milhões de mortes por ano são associadas a infeções por patógenos resistentes. A OMS estima que apenas o uso mais abrangente de vacinas já existente contra tuberculose e febre tifoide já seria capaz de evitar mais de 100.000 mortes associadas a infecções resistentes.

O estudo também estimou o impacto de vacinas em desenvolvimento, por exemplo, imunizantes ainda em teste contra tuberculose e Klebsiella pneumoniae poderiam prevenir mais de 500.000 mortes por ano. O relatório estima 2,5 bilhões de doses de antibióticos que poderiam não ser aplicadas caso os imunizantes fossem utilizados de forma melhor.

Além dos ganhos médicos, a OMS calcula uma economia de 730 bilhões de dólares todo ano caso as vacinas contra os patógenos estudados fossem aplicadas de forma eficaz, poupando um terço dos custos associados com infecções resistentes em hospitais.

Os patógenos estudados no relatório foram Acinetobacter baumannii, Campylobacter jejuni, Clostridioides difficile, Enterococcus faecium, Escherichia coli Enterotoxigênica (ETEC), Escherichia coli patogênica extraintestinal ((ExPEC), Streptococcus do grupo A, Haemophilus influenzae tipo B (Hib), Helicobacter pylori, Klebsiella pneumoniae, Mycobacterium tuberculosis, Neisseria gonorrhoeae, Salmonella não tifoide, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella Paratyphi A, Salmonella typhi, Shigella, Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Plasmodium falciparum (malária), Influenza, norovírus, rotavírus, vírus sincicial respiratório (VSR).

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