Depois de nove meses sem novos relatos, os EUA registraram um novo caso de gripe aviária em humanos. O paciente foi hospitalizado no estado de Washington depois de apresentar febre alta, confusão mental e dificuldade para respirar e permanece em estado grave. Testes feitos pelo CDC local (U.S. Centers for Disease Control and Prevention) identificaram a infecção por H5N5, segundo os técnicos, essa é uma cepa da gripe aviária que costuma aparecer em aves selvagens na fronteira dos EUA e Canadá, sendo a primeira vez que foi identificada em humanos.
Origem da infecção
De acordo com as investigações das autoridades de saúde locais o paciente adquiriu o vírus através de uma pequena criação de aves caseira pela qual era responsável.
Oficiais de saúde também informaram que não foram identificados outros pacientes com infeção por gripe aviária.

Aumento dos casos de infecção
Desde 2024, os Estados Unidos passam por um crescimento no número de casos de gripe aviária em animais selvagens e de criação. Segundo o painel interativo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) que acompanha os casos de gripe aviária no continente, de janeiro de 2024 a setembro de 2025, os EUA já tiveram 1.841 surtos da doença, sendo que 709 desses foram em animais de criação. Um número muito maior que o segundo colocado, Canadá, com 185 surtos confirmados.
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Em maio e junho deste ano, o Brasil passou por um surto da doença que afetou algumas granjas de abate no Sul e Centro-Oeste do país sem casos confirmados de infecção em humanos. Outros locais pelo mundo também passaram por surtos do vírus no últimos anos, como o Camboja.
Estudos e relatórios recentes também tem demonstrado preocupação com o aumento da adaptabilidade do vírus à infecção em humanos, ainda que o risco de contaminação entre humanos permaneça baixo.
Vacina contra gripe aviária
Em julho, a Anvisa autorizou o início do ensaio clínico da primeira candidata à vacina brasileira contra a gripe aviária em humanos, desenvolvida pelo Instituto Butantan. Segundo o instituto, a vacina será testada em duas doses, com intervalo de 21 dias, em adultos de 18 anos até 59 anos, na primeira fase. Depois, serão realizados os testes em pessoas com mais de 60 anos. O acompanhamento dos voluntários deve seguir até 2026.
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
Autoria

Augusto Coutinho
Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2009, com extensão em Produção Editorial (UNESP) e Planejamento Digital (M2BR Academy).
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