Desde dezembro, 120 casos de febre amarela foram registrados no Brasil, número mais alto desde o início da série histórica do Ministério da Saúde, em 1980. O número de mortes confirmadas já chega a 47, sendo a maior parte no estado de Minas Gerais. O surto atual é mais grave que o de 2000, que teve 85 casos confirmados e 40 mortes, e pode ser preocupante. Apesar de ser uma doença transmitida por mosquitos de áreas silvestres, se uma pessoa com febre amarela for picada pelo Aedes Aegypti, o vírus pode circular na área urbana.
Segundo o médico epidemiologista Pedro Luiz Tauil, professor da Universidade de Brasília (Unb), que concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a única medida que pode prevenir um aumento do surto é a cobertura vacinal em 80%. Os casos atuais são apenas de febre amarela silvestre, que é transmitida por meio de um ciclo que envolve macacos e mosquitos, chegando ao ser humano acidentalmente.
A doença só será transmitida na cidade se uma pessoa for picada pelo Aedes no período de dois dias antes do início dos sintomas a cinco dias depois, quando o vírus está circulando no sangue periférico. Nesse ciclo, o homem é o único hospedeiro, e a transmissão também acontece por mosquito. O risco não é muito alto, tendo sido registrado o último surto urbano em 1942, mas fica maior a cada caso confirmado.
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Cerca de 640 pessoas com suspeita ainda estão em investigação nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. O Governo de Minas decretou, no início do mês, situação de emergência devido ao surto. Os outros picos da doença no país aconteceram: em 1993, quando 83 casos foram registrados; em 1999, com 76 registros; e 2008 e 2009, com 46 e 47 casos, respectivamente.
A doença
A febre amarela é uma doença infecciosa, transmitida por mosquitos. Febre, dor de cabeça, dores no corpo e de cabeça, cansaço, perda de apetite, fraqueza, náuseas e vômitos são alguns dos sintomas iniciais apresentados. Nos casos graves, o paciente pode ter febre alta, icterícia (coloração amarelada), hemorragias e insuficiência renal.
É uma doença de notificação imediata, já que a disseminação é rápida. Medidas de prevenção devem ser tomadas pelos governos, e a vacinação de pessoas moradoras de áreas de risco ou viajantes é essencial. Entre os meses de dezembro e maio, o risco de transmissão é maior, tanto devido às chuvas de verão, quanto pelo período de viagens de férias.
- https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/01/1853759-surto-atual-e-mais-grave-e-ha-risco-de-febre-urbana-diz-epidemiologista.shtml?mobile
- https://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/01/1850761-veja-algumas-perguntas-sobre-a-febre-amarela-ms-e-es-tem-casos-suspeitos.shtml?mobile
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