A Agência Nacional de Vigilância Sanitára (Anvisa) publicou no Diário Oficial a decisão pela aprovação do o registro da vacina IXCHIQ (vacina Chikungunya recombinante atenuada). De dose única, o imunizante será indicado para a prevenção do Chikungunya em pessoas com 18 anos ou mais, que estejam em risco aumentado de exposição ao vírus, sendo a vacina contraindicada para mulheres grávidas, pessoas imunodeficientes ou imunossuprimidas. O imunizante foi desenvolvido pelo Instituto Butantan, desenvolvida em parceria com a farmacêutica austríaca Valneva. A fabricação inicial será feita na Alemanha, pela empresa IDT Biologika GmbH, com a previsão de fabricação pelo Butantan no futuro.
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Estudos para a aprovação
Para chegar a definição do regsitro foram analisados dados de produção e qualidade, e de estudos clínicos para demonstração de eficácia e segurança da vacina. Os quais apontaram uma resposta robusta de anticorpos neutralizantes contra o vírus Chikungunya e que o perfil de segurança foi aceitável para a indicação aprovada.
A Anvisa também participou como convidada da avaliação da vacina IXCHIQ pela EMA, no âmbito do projeto OPEN (Opening our Procedures at EMA to Non-EU authorities) que permite que diferentes agências avaliem simultaneamente vacinas e medicamentos de interesse em saúde pública. Além de contar com auma avaliação independente do grupo de trabalho para discussão do desenvolvimento não clínico e clínico de vacinas destinadas à proteção contra arboviroses, composto por especialistas em arboviroses e desenvolvimento de vacinas.
Contudo, para a aprovação do registro, a Anvisa firmou com o Instituto Butantan, um Termo de Compromisso prevendo a realização de estudos de efetividade e segurança da vacina, e de atividades de farmacovigilância ativa para ampliar o conhecimento sobre o perfil de eficácia e segurança da vacina.
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Chikungunya
A Chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada de fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. O vírus Chikungunya foi introduzido no continente americano em 2013 e ocasionou uma importante epidemia em diversos países da América Central e ilhas do Caribe. No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todos os estados registram transmissão desse arbovírus.
Desde 2016, o Brasil é considerado o epicentro epidêmico da doença. Ao contrário de outros países da região, o Brasil passas por surtos anuais de chikungunya, alternando períodos de alta infecção com diminuição na incidência da febre devido ao efeito de imunidade de rebanho.
Segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, em 2024 foram 265.545 casos prováveis da doença com 243 mortes confirmadas. Já em 2025, até a última atualização no dia 10 de Abril, o painel contabiliza 66.127 casos suspeitos com 56 mortes confirmadas e 53 ainda sob investigação.
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.
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