Em palestra no VIII CBMEDE (Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência Adulto e Pediátrica) que está sendo realizado em Florianópolis/SC, o pediatra Dr. Hany Simon Júnior (São Paulo/SP) foi palestrante do tema “Alteração súbita de consciência – e agora?” e comentou sobre os inúmeros desafios da avaliação de consciência em pacientes pediátricos no pronto-socorro infantil.
Mnemônico MOVESTUPID
O Dr. Hany mostrou diversas fontes da literatura mostrando inúmeros métodos mnemônicos para avaliação de nível alterado de consciência. Um desses acrônimos é o MOVESTUPID:
- M – Metabolic (metabólico): erros inatos do metabolismo;
- O – Oxygen Insuficiency (hipoxemia): hipoxemia de etiologia cardiopulmonar, hipercapnia, intoxicação exógena;
- V – Vascular/cardiac causes (causas cardíacas e vasculares): acidente vascular cerebral, vasculite (incluindo infarto agudo do miocárdio), disfunção de derivação ventriculoperitoneal;
- E – Endocryne/Electrolytes (endócrinas/eletrolíticas): cetoacidose diabética, hipoglicemia, distúrbios eletrolíticos;
- S – Seizures/Septic/Shock (convulsões/sepse/choque);
- T – Tumor/Trauma/Temperature/Toxins (tumor/trauma/temperatura/toxinas);
- U – Uremia (Uremia): insuficiência renal, insuficiência hepática;
- P – Psychiatry/Porphyria (psiquiátrico/porfiria);
- I – Infection/Intussusception (infecção/intussuscepção);
- D – Drugs (Drogas).
À plateia, o palestrante apresentou o projeto “Curing Coma Campaign”, uma iniciativa recente da Neurocritical Care Society com o intuito de definir importantes lacunas de conhecimento e melhorar os padrões de atendimento em pacientes com distúrbios agudos da consciência.
Os mandamentos
Um dos pontos altos da palestra foi a mensagem final do Dr. Hany sobre o que ele denominou de “dez mandamentos da avaliação do nível de consciência na Emergência Pediátrica”. São eles:
- Utilizar apenas um método mnemônico;
- Não protelar o ABC da ressuscitação;
- História e exame físico definem conduta;
- Não negligenciar o exame pupilar;
- Não confiar que um antídoto salvará o paciente;
- Não negligenciar a possibilidade de trauma intencional;
- Não atrasar o exame de imagem, se indicado;
- Não colher líquor se houver sinais focais;
- Considerar sempre a possibilidade de convulsão;
- Ter sempre disponível o contato do centro de intoxicações.
Autoria

Roberta Esteves Vieira de Castro
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença ⦁ Residência médica em Pediatria pelo Hospital Federal Cardoso Fontes ⦁ Residência médica em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Saúde Materno-Infantil (UFF) ⦁ Doutora em Medicina (UERJ) ⦁ Aperfeiçoamento em neurointensivismo (IDOR) ⦁ Médica da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ ⦁ Professora adjunta de pediatria do curso de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ⦁ Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Pediatria do IDOR no Rio de Janeiro ⦁ Acompanhou as UTI Pediátrica e Cardíaca do Hospital for Sick Children (Sick Kids) em Toronto, Canadá, supervisionada pelo Dr. Peter Cox ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Membro do comitê de sedação, analgesia e delirium da AMIB e da Sociedade Latino-Americana de Cuidados Intensivos Pediátricos (SLACIP) ⦁ Membro da diretoria da American Delirium Society (ADS) ⦁ Coordenadora e cofundadora do Latin American Delirium Special Interest Group (LADIG) ⦁ Membro de apoio da Society for Pediatric Sedation (SPS) ⦁ Consultora de sono infantil e de amamentação ⦁ Instagram: @draroberta_pediatra
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.