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Ortopedia31 outubro 2024

Uso de cetorolaco local na cirurgia de liberação de dedo em gatilho

O cetorolaco, que possui propriedades que não irritam os tecidos humanos, tem sido utilizado localmente durante o ato operatório para garantir melhores resultados.  

O dedo em gatilho é uma patologia frequente na população mundial, principalmente em pacientes diabéticos. O tratamento cirúrgico é eficiente, porém alguns pacientes podem apresentar sintomas como edema e dor dificultando a mobilidade dos dedos até 2 a 3 meses de pós-operatório.  

Geralmente, os pacientes saem da cirurgia com uma prescrição de analgésico e anti-inflamatório (AINE) por pelo menos uma semana, mas, mesmo assim, podem encarar esses sintomas pós-operatórios. O cetorolaco, um AINE com propriedades únicas que não irritam os tecidos humanos, tem sido utilizado localmente durante o ato operatório para garantir melhores resultados.  

Foi publicado no último mês na revista BMC Musculoskeletal Disorders um estudo com o objetivo de avaliar a eficácia da infiltração local de cetorolaco em comparação aos AINEs orais convencionais no tratamento da dor pós-operatória em pacientes submetidos à cirurgia aberta do dedo em gatilho. 

 

O ESTUDO  

O estudo foi um ensaio clínico randomizado controlado conduzido em um hospital tailandês entre dezembro de 2021 e outubro de 2022. Foram incluídos pacientes operados de um único dedo em gatilho entre 18 e 75 anos classificados como Quinell 2 a 4.   

Os critérios de exclusão abrangeram pacientes que haviam passado por liberação prévia do dedo em gatilho no mesmo dígito, tinham sofrido uma fratura ou lesão no tendão do dígito alvo, tinham doenças articulares inflamatórias, tinham síndrome do túnel do carpo ipsilateral concomitante e/ou doença de De Quervain, tinham histórico conhecido de hipersensibilidade a AINEs, tinham doenças concomitantes que contraindicavam o uso de AINEs ou eram mulheres grávidas ou amamentando.  

Veja mais: Qual é o efeito do torniquete na concentração local de cefazolina durante ATJS? – Portal Afya

Os pacientes foram aleatoriamente divididos em 3 grupos: grupo Ibuprofeno sozinho (intravenoso durante a cirurgia e oral por 5 dias de pós-operatório), grupo cetorolaco sozinho (local no ato operatório com placebo oral por 5 dias) e cetorolaco com Ibuprofeno. Todos os pacientes tomaram os medicamentos orais imediatamente após a operação. O desfecho primário estudado foi a dor medida pela escala numérica de dor (NRS) 48 horas após a cirurgia.  

Como resultados, tivemos os escores de dor do NRS durante o movimento dos dedos operados significativamente menores em 6 horas no grupo cetorolaco sozinho e no grupo cetorolaco com Ibuprofeno em comparação ao grupo de Ibuprofeno sozinho. No entanto, não houve diferenças significativas entre os grupos nos escores DASH pós-operatórios, força de preensão, mobilidade das articulações IFP e complicações. 

 

CONCLUSÃO  

O estudo demonstrou uma vantagem do uso do cetorolaco local apenas por 6 horas após o procedimento. Na nossa prática, talvez não haja tanto benefício pois o tempo demonstrado no estudo é curto, não ultrapassando muito o tempo de efeito da anestesia local. 

 

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