Logotipo Afya
Anúncio
Ortopedia28 novembro 2024

Terapia por ondas de choque e tratamento da Síndrome Dolorosa do Grande Trocânter

A SDGT caracterizada pela dor na região lateral do quadril afeta cerca de 17,6% dos adultos entre 50 e 79 anos, sendo mais comum em mulheres.
Por Rafael Erthal

A síndrome dolorosa do grande trocânter (SDGT) caracterizada pela dor na região lateral do quadril afeta cerca de 17,6% dos adultos entre 50 e 79 anos, sendo mais comum em mulheres. Embora o tratamento convencional, baseado em um programa de exercícios e fisioterapia, possa melhorar a mecânica da lateral do quadril e resolver limitações funcionais, essas técnicas podem estar associadas a um controle insuficiente da dor.  

O uso de infiltrações com corticoides, embora também seja popular, pode levar ao enfraquecimento e ruptura dos tendões acometidos. A terapia por ondas de choque extracorpórea (TOC) tem surgido como uma alternativa para tratar essa frequente causa de dor. 

Um estudo do tipo revisão sistemática recentemente publicado foi elaborado com o objetivo de comparar a eficácia da TOC com outros tratamentos no manejo da SDGT. Foram incluídos no levantamento apenas estudos do tipo ensaios clínicos randomizados, disponíveis nas bases de dados PubMed, Embase e Web of Science publicados até 1º de março de 2024 em inglês ou chinês. 

Veja mais: Há tendência de aumento de artroplastias do quadril em pacientes mais idosos?  – Portal Afya

 

Resultados 

O levantamento inicial apontou a presença de 256 estudos sobre o tema dos quais oito ensaios clínicos preencheram os critérios de inclusão para a análise. Juntos, eles avaliaram 754 pacientes (169 homens, 585 mulheres) com idade entre 40 e 60 anos e índice de massa corporal entre 26-30. Os estudos compararam TOC com fisioterapia, infiltração com corticoides, ondas de choque não efetivas como grupo sham e ultrassonografia terapêutica convencional.  

Assim, sete estudos apresentaram alto risco de viés e um foi classificado com algumas preocupações. A TOC foi capaz de reduzir significativamente os escores de dor em comparação com outros tratamentos no período de dois a quatro meses. A melhora funcional (Escala de Função de Extremidade Inferior) foi maior aos seis meses, mas sem atingir diferença clinicamente importante.  

Os dados disponíveis também permitiram a comparação entre diferentes técnicas de TOC indicando que a técnica de TOC focal tenha sido superior em relação à técnica radial quanto ao alívio da dor. Nenhum estudo relatou complicações maiores associadas a TOC, tendo sido relatada, entretanto, a presença de complicações menores incluindo dor, irritação de pele, formação de hematoma local, assim como dor e edema no sítio da terapia. Essas complicações relatadas não causaram desistência da terapia ou diminuição da aderência ao tratamento. 

 

Conclusão 

Os achados desse estudo sugerem que a TOC oferece alívio da dor em curto prazo (dois a quatro meses) para pacientes com SDGT, especialmente com o uso da técnica focal. Apesar dos resultados encontrados, os estudos avaliados apresentam elevado risco de viés e, portanto, a realização de ensaios clínicos de maior qualidade é necessária para que possamos tomar conclusões definitivas sobre este tema.

 

Leia também em Ortopedia 

Qual o impacto da sarcopenia nas cirurgias da coluna vertebral? – Portal Afya

Uso do enxerto do QT na reconstrução do LCA: melhor com ou sem bloco ósseo? – Portal Afya

O uso de AINEs influencia na taxa de consolidação de fraturas? – Portal Afya

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Ortopedia