Métodos de fixação cirúrgica para fraturas do platô tibial

As fraturas da região proximal da tíbia, também denominadas fraturas do planalto ou platô tibial são graves lesões que acometem a articulação do joelho. Essas fraturas frequentemente possuem indicação cirúrgica e taxa elevada de complicações, especialmente quanto ao desenvolvimento de degeneração articular precoce com osteoartrite secundária. Seu tratamento se torna um desafio para os cirurgiões ortopédicos incluindo a decisão sobre o tipo de fixação cirúrgica a ser executada e quanto ao preenchimento ou não dos defeitos ósseos criados com as fraturas utilizando métodos de enxertia.  

Um estudo recente descreve uma revisão sistemática, avaliando artigos que abordam esse assunto considerando o risco e o benefício da abordagem cirúrgica e da enxertia dos defeitos ósseos nas fraturas do platô tibial.  

 

O estudo  

Foram utilizadas as plataformas CENTRAL, MEDLINE, Embase, e registros de ensaios clínicos publicados até março de 2023, além de pesquisas em literatura cinzenta e anais de conferências. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados e quase-randomizados que compararam métodos cirúrgicos de fixação e diferentes tipos de enxertos ósseos em fraturas do platô tibial. Os desfechos avaliados incluíram a avaliação da qualidade de vida utilizando o questionário SF-36, da função do membro utilizando o escore HSS e a taxa de reoperações. O sistema GRADE foi utilizado para avaliar a certeza das evidências.  

Foram encontrados 15 estudos, totalizando uma amostra de 948 participantes. Sendo que nove ensaios compararam diferentes tipos de fixação e seis avaliaram diferentes tipos de enxertos ósseos. Todos os estudos possuíam amostra pequena e apresentaram alto risco de viés, resultando em evidências de baixa qualidade.  

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Considerando a avaliação do tipo de fixação óssea executada, um estudo comparou técnicas de síntese interna com fixação externa circular combinada ao uso de parafusos percutâneos ao nível da articulação (fixação híbrida) em fraturas classificadas como Schatzker V ou VI não encontrando diferenças entre elas, considerando qualidade de vida reoperações e função aos 24 meses do tratamento. Além disso, três estudos compararam o uso de dupla placa ou placa única não encontrando diferenças nos mesmos parâmetros aos 24 meses.  

Considerando o uso de enxertos ósseos, seis ensaios clínicos totalizando 368 participantes compararam enxertos autólogos (do próprio paciente) com aloenxertos (enxertos disponibilizados por bancos de tecidos como transplantes) mas não avaliaram os parâmetros de qualidade de vida, taxa de reoperações ou função do membro aos 24 meses.  

 

Conclusão 

Esse estudo sugere que as evidências disponíveis são insuficientes para determinar o melhor método de fixação ou de tratamento para defeitos ósseos em pacientes com fraturas do platô tibial. Assim, há necessidade da condução de estudos clínicos bem desenhados, com maior tamanho de amostra para nos fornecer no futuro dados mais confiáveis para a tomada de decisões. 

 

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