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Oncologia4 setembro 2024

Desfechos do uso de terapia adjuvante para tratar carcinoma de células renais

Sendo a cirurgia ainda o principal tratamento do carcinoma, a implementação da imunoterapia tem sido responsável por avanços terapêuticos.
Por Lethícia Prado

O carcinoma de células renais varia em incidência conforme a região geográfica e é, aproximadamente, duas vezes mais comum em homens do que em mulheres. Sua incidência é maior da sexta a oitava décadas de vida, sendo incomum em pacientes com menos de 40 anos. 

Sendo a cirurgia ainda o “carro-chefe” do tratamento dessa neoplasia, a implementação de terapia adjuvante com imunoterapia tem sido responsável por avanços terapêuticos nos últimos anos. 

carcinoma de células renais e imunoterapia

Terapia adjuvante com imunoterapia 

A utilização de inibidores de PD-1, PD-L1 e CTLA4 vem sendo amplamente estudada, com o atezolizumabe no IMmotion010, a associação de nivolumabe e ipilimumabe no CheckMAte 914 e o pembrolizumabe no KEYNOTE 564, tendo apenas esse último demonstrado impacto em sobrevida livre de progressão.

Saiba mais: Imunoterapia e toxicidade cardiovascular: tudo que o onco precisa saber 

Nesse contexto, foi publicado em abril de 2024 os desfechos de sobrevida global, end point secundário do KEYNOTE 564, que não estavam maduros na data da primeira apresentação.  

Métodos 

Esse foi um estudo fase 3, duplo-cego, que randomizou pacientes com carcinoma de células renais após a cirurgia para receber pembrolizumabe na dose de 200mg IV ou placebo a cada três semanas, por 17 ciclos ou até recorrência de doença, toxicidade limitante ou descontinuação por parte do participante ou médico.  

Foram selecionados 994 pacientes e os critérios de seleção incluíam diagnóstico de carcinoma de células renais, operados em até 12 semanas antes da randomização, podendo a cirurgia ter sido nefrectomia total ou parcial, com ou sem metastasectomia, com margens livres e sem metástases em sistema nervoso central e os participantes foram classificados em risco intermediário a alto ou M1 sem evidência de doença.  

Foi definido como end point primário sobrevida livre de progressão e end points secundários sobrevida global, segurança, sintomas reportados e qualidade de vida. 

As análises de sobrevida global foram realizadas após um follow up de 24 e 30 meses, com um hazard ratio de 0,54 e 0,52 respectivamente, evidenciando o benefício no uso de pembrolizumabe nesse contexto.  

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Resultados 

Recorrência de doença ou morte foi observada em 174 pacientes do grupo experimental e 224 do grupo placebo, com porcentagem estimada em 78,2% de participantes vivos após 24 meses no grupo que recebeu pembrolizumabe e 64,9% no grupo controle.  

Quanto ao perfil de segurança, pembrolizumabe foi associado à maior número de eventos (79,1% versus 53%) de qualquer grau, com efeitos graus 3 e 4 em 18,6% versus 1,2% no grupo placebo, estando estes dentro dos efeitos esperados com o uso da droga. 

Conclusão e mensagem prática 

Dessa forma, com um follow up mediano de 57,2 meses, a utilização de pembrolizumabe adjuvante foi capaz de reduzir em 38% o risco de morte quando comparado ao placebo em pacientes com risco aumentado de recorrência após cirurgia, evidenciando seu benefício nesse grupo de pacientes após nefrectomia com ou sem metastasectomia, mantendo um perfil de eventos adversos dentro do previsto com o uso da droga.  

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Referências bibliográficas

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