A relação entre o tabagismo e doenças neurológicas tem sido alvo de muitas pesquisas nos últimos anos, e um estudo publicado no JAMA Neurology trouxe luz sobre como o cigarro pode impactar diretamente a Esclerose Múltipla (EM).
A EM é uma doença autoimune que atinge o sistema nervoso central, levando à desmielinização e perda neuronal progressiva. Embora a genética tenha papel importante, fatores ambientais como o tabagismo podem desencadear e agravar a doença.
O que o estudo revelou?
Pesquisadores revisaram décadas de literatura científica e encontraram evidências robustas de que fumar não só aumenta o risco de desenvolver EM, como também acelera sua progressão. Pacientes fumantes apresentam:
- Maior carga lesional na ressonância magnética;
- Taxas mais rápidas de atrofia cerebral;
- Pior resposta a medicamentos modificadores da doença (como natalizumabe).
O estudo descreve mecanismos pelos quais o cigarro desencadeia inflamação pulmonar e ativa células imunes que acabam atacando a mielina no cérebro e na medula espinhal.
Além disso, compostos tóxicos como radicais livres e cianetos contribuem para danos neuronais diretos.
E o tabagismo passivo?
Até mesmo a exposição indireta à fumaça aumenta o risco de EM, especialmente quando prolongada.
Boas notícias: parar de fumar faz diferença!
Os autores destacam que a cessação do tabagismo pode reduzir a progressão da doença e normalizar a taxa de atrofia cerebral em até 5 anos. Estratégias combinando terapia comportamental e medicamentos como vareniclina ou bupropiona têm mostrado bons resultados.️
Por que isso importa?
Para pacientes e profissionais de saúde, esta é uma chamada para a ação: aconselhar sobre os riscos do tabagismo deve ser parte do manejo da EM.
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