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Neurologia13 agosto 2025

Tabagismo e esclerose múltipla: o que a ciência nos mostra? 

Tabagismo é um fator de risco para esclerose múltipla (EM), além de estar associado à atividade da doença e ao prognóstico geral de pacientes
Por Thiago Nascimento

A relação entre o tabagismo e doenças neurológicas tem sido alvo de muitas pesquisas nos últimos anos, e um estudo publicado no JAMA Neurology trouxe luz sobre como o cigarro pode impactar diretamente a Esclerose Múltipla (EM). 

A EM é uma doença autoimune que atinge o sistema nervoso central, levando à desmielinização e perda neuronal progressiva. Embora a genética tenha papel importante, fatores ambientais como o tabagismo podem desencadear e agravar a doença. 

O que o estudo revelou? 

Pesquisadores revisaram décadas de literatura científica e encontraram evidências robustas de que fumar não só aumenta o risco de desenvolver EM, como também acelera sua progressão. Pacientes fumantes apresentam:  

  • Maior carga lesional na ressonância magnética; 
  • Taxas mais rápidas de atrofia cerebral; 
  • Pior resposta a medicamentos modificadores da doença (como natalizumabe).

O estudo descreve mecanismos pelos quais o cigarro desencadeia inflamação pulmonar e ativa células imunes que acabam atacando a mielina no cérebro e na medula espinhal.  

Além disso, compostos tóxicos como radicais livres e cianetos contribuem para danos neuronais diretos.  

Tabagismo e esclerose múltipla: o que a ciência nos mostra? 

E o tabagismo passivo?  

Até mesmo a exposição indireta à fumaça aumenta o risco de EM, especialmente quando prolongada.  

Boas notícias: parar de fumar faz diferença!  

Os autores destacam que a cessação do tabagismo pode reduzir a progressão da doença e normalizar a taxa de atrofia cerebral em até 5 anos. Estratégias combinando terapia comportamental e medicamentos como vareniclina ou bupropiona têm mostrado bons resultados.  

Por que isso importa?  

Para pacientes e profissionais de saúde, esta é uma chamada para a ação: aconselhar sobre os riscos do tabagismo deve ser parte do manejo da EM.

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Referências bibliográficas

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