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Neurologia8 julho 2016

Azul de metileno impulsiona a memória e a atenção?

Uma descoberta recente apontou que o azul de metileno pode impulsionar a atividade cerebral em regiões do cérebro ligadas à memória a curto prazo e atenção.
Por Redação Afya
Uma descoberta recente apontou que o azul de metileno, uma substância utilizada por anos para tratar doenças, pode impulsionar a atividade cerebral em regiões do cérebro ligadas à memória a curto prazo e atenção, de acordo com resultados demonstrados em um estudo placebo-controlado. Usando ressonância magnética (RM) funcional, pesquisadores descobriram que uma dose oral da medicação aumenta a atividade cerebral no córtex insular bilateral e no córtex pré-frontal, parietal e nos lobos occipitais, em comparação com placebo. O azul de metileno não é toxico e é muito seguro, o que já é uma vantagem. A droga está disponível há cerca de um século, e tem sido usada para o tratamento de metemoglobinemia e, em situações de emergência, envenenamento por monóxido de carbono e cianeto. Leia também: Mirtilo, a fruta que promete melhorar a sua memória

Azul de metileno e a atividade cerebral

Os estudos sobre a droga começaram nos anos 70 em roedores e demonstram os efeitos do azul de metileno no aumento da performance da memoria. Entretanto, o impacto da droga na memória a curto prazo e atenção sustentada ainda não tinham sido explorados. Os pesquisadores conduziram um estudo clínico randomizado, duplo-cego e placebo-controlado, no qual 26 indivíduos saudáveis, com idades entre 22 e 62 anos, tomaram uma dose administrada de azul de metileno 280mg ou corante azul alimentar como placebo. Os participantes completaram uma tarefa de vigilância psicomotora para testar a atenção sustentada e uma tarefa de matching-to-sample para medir a memória a curto prazo durante a RM funcional, ambos antes e depois de uma hora da administração da droga estudada ou do placebo. Além disso, o impacto do azul de metileno na reatividade vascular cerebral foi examinado determinando o fluxo sanguíneo cerebral durante o challenge de dióxido de carbono, antes e depois da administração.

Resultados

Os resultados mostraram que durante a tarefa de vigilância psicomotora, azul de metileno foi associado com o aumento significativo de atividade no RM funcional dos córtices insulares bilateral anterior e posterior, durante a fase de atenção (P = .01-.008). Além disso, durante a tarefa de memória de curto prazo, o azul de metileno foi associado com aumento significativo de atividade no RM funcional nos lobos occipitais bilaterais, gânglios basais, tálamos, lóbulos parietais, giro cingulado anterior e no cerebelo (P = .03-.0003). Depois da administração do azul de metileno, foi observado um aumento de 7% no número de respostas comportamentais corretas (P < .01). Nenhuma mudança foi observada nos participantes que receberam placebo. Não houveram mudanças significativas no fluxo sanguíneo cerebral. Esses resultados apoiam a hipótese de que o azul de metileno melhora o desempenho da memória e em outras regiões do cérebro associadas com a memória a curto prazo. Para testar ainda mais o potencial da droga, pesquisadores americanos estão conduzindo outro estudo clínico, mas agora em pacientes com comprometimento cognitivo leve e Doença de Alzheimer. Os resultados definitivos estão previstos para o início do ano que vem, e podem revolucionar o tratamento da doença. Veja mais: Alzheimer - saiba novidades no tratamento e prevenção da doença Referências:
  • Multimodal Randomized Functional MR Imaging of the Effects of Methylene Blue in the Human Brain. Pavel Rodriguez, Wei Zhou, Douglas W. Barrett, Wilson Altmeyer, Juan E. Gutierrez, Jinqi Li, Jack L. Lancaster, Francisco Gonzalez-Lima, and Timothy Q. Duong. Radiology 2016 281:2, 516-526
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