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Infectologia6 outubro 2020

Vacinação para HPV e risco de câncer cervical invasivo

Sabemos da eficácia da vacina contra HPV, entretanto não temos bem determinada a relação entre seu uso e prevenção de lesão cervical invasiva.

Atualmente sabemos da eficácia da vacina contra HPV. Sabemos ainda que ela é efetiva na proteção do colo uterino contra lesões de alto grau. Entretanto ainda não temos na literatura bem determinada a relação, se é que ela possa existir, entre o uso da vacina HPV e a lesão cervical invasiva. Será que a proteção pode chegar até evitar os temíveis cânceres invasivos de colo uterino?

Para responder a essa questão, epidemiologistas de Estocolmo, na Suécia, publicaram em 01 de outubro de 2020 no NEJM, um estudo de coorte agrupando mulheres de 10 a 30 anos de idade, estudadas no período de 2006 a 2017. Em particular, esse estudo foi realizado na Suécia, onde não se exigiu termo de consentimento informado para participação do mesmo, fato esse aprovado pelo comitê de ética em Estocolmo.

Leia também: Novas recomendações para rastreamento para o câncer de colo de útero e vacinação contra o HPV

Vacina contra o HPV é aplicada em paciente para estudo sobre câncer cervical

Características das pacientes

Em 2007 a vacinação contra HPV foi oferecida para garotas de 13 a 17 anos de idade. Já em 2012, a vacina foi oferecida gratuitamente para garotas e mulheres de 13 a 18 anos, simultaneamente a um programa de vacinação nas escolas para as meninas de 10 a 12 anos. Atualmente, as mulheres de 23 a 64 anos de idade são solicitadas a realizarem seus exames de prevenção para câncer ginecológico num período que vai de 3 a 7 anos de acordo com cada faixa etária. Foram incluídas no estudo moças e mulheres que não tinham recebido a vacina previamente, e nem apresentavam câncer cervical invasivo no período inicial do estudo.

Saiba mais: Vacina contra HPV reduz em 89% a incidência de câncer do colo do útero

Uma coorte de aproximadamente 1,6 milhão de mulheres foram admitidas no estudo. Dessas, apenas 19 mulheres do grupo que recebeu a vacina desenvolveu carcinoma do colo uterino invasivo, enquanto que 538 mulheres do grupo que não recebeu a vacina desenvolveram doença invasiva de colo uterino. Observou-se, no grupo vacinado, que 83% das moças e mulheres receberam sua(s) vacina(s) antes dos 17 anos de idade (considerou-se o contato com a vacina com pelo menos uma dose).

Na Suécia entre os grupos vacinados e não vacinados a incidência de câncer invasivo dá um grande salto a partir de 23 anos de idade.

Conclusão

Após estudos mostrarem a eficácia da vacina quadrivalente contra verrugas genitais, lesões  de alto grau (NIC 2 e3) agora com esta publicação, nesta população estudada, a vacina quadrivalente contra HPV se mostrou eficaz na prevenção também de lesão cervical invasiva. Ainda chamou a atenção que esse benefício se dá quanto mais precoce se iniciar a vacinação, de preferência até os 17 anos de idade para obtenção do nível de proteção ideal, já que nas suecas a incidência de lesões invasivas aumenta bastante a partir de 23 anos de idade.

Referências bibliográficas:

  • Lei J, et al. HPV Vaccination and the Risk of Invasive Cervical Cancer. N Engl J Med 2020;383:1340-8. doi: 10.1056/NEJMoa1917338.

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