Na nossa retrospectiva de 2024 temos novas vacinas que chegaram ao Brasil, ampliação de esquema de vacinação pelo SUS, além de vacinas em desenvolvimento que podem revolucionar a medicina preventiva.
- Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
Duas vacinas chegaram ao Brasil esse ano com a proposta de prevenir doença do trato respiratório inferior associada ao vírus sincicial respiratório: a Arexvy®, produzida pela GSK, indicada para idosos, e a Abrysvo®, da Pfizer, indicada para idosos e gestantes.
Ambas são vacinas inativadas e que são recomendadas para pessoas a partir dos 70 anos de idade. Além disso, podem ser recomendadas para pessoas entre 60 e 69 anos que tenham comorbidades que favoreçam um desfecho ruim pelo VSR, como cardiopatas, pneumopatas, obesos, diabéticos, nefropatas, hepatopatas, imunossuprimidos e residentes de instituições de longa permanência.
Apenas a Abrysvo® é recomendada para gestantes e deve ser realizada entre 32 e 36 semanas de gestação. Após 36 semanas a chance de sucesso é menor, visto que os estudos mostram que a vacinação deve ocorrer pelo menos 14 dias antes do parto. Até o momento não há recomendação para revacinação em gestações subsequentes, mas vale ressaltar que essa orientação pode ser modificada conforme novos dados forem surgindo.
No momento as vacinas encontram-se disponíveis apenas na rede privada.
EAPS 2024: Novas estratégias para prevenção de infecções pelo VSR
- Vacina pneumocócica conjugada 20-valente (VPC20)
Temos quatro vacinas pneumocócicas conjugadas disponíveis no Brasil: a 10-valente, a 13-valente, a 15 valente e, recentemente, a 20-valente. Elas previnem, respectivamente, 10, 13, 15 e 20 tipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo).
No Programa Nacional de Imunizações, a vacina utilizada de rotina é a 10-valente para crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Imunizações indica o uso da 15 ou 20 valente, já que elas ampliam a proteção incluindo os principais sorotipos responsáveis por doença pneumocócica invasiva no Brasil atualmente.
- Papilomavírus Humano (HPV)
O HPV é um vírus geralmente transmitido por via sexual que, normalmente sua infecção tem resolução espontânea, porém, a infecção persistente pode evoluir para neoplasias. Um estudo epidemiológico mostrou que a prevalência geral de HPV em homens e mulheres entre 16 a 25 anos é de 53,6%, sendo 35,2% com pelo menos um genótipo de alto risco para neoplasia.
Considerando esses dados, e sabendo que os usuários de profilaxia pré-exposição (PrEP) apresentam risco aumentado para aquisição do HPV, o Ministério da Saúde ampliou a vacinação contra o vírus para usuários de PrEP entre 15 a 45 anos.
- Vacinas contra neoplasias
Com a pandemia da covid-19, o estudo com as vacinas de mRNA tiveram um avanço significativo. Embora várias abordagens de vacinas (mRNA, DNA, proteína recombinante e vacinas de vetor viral) tenham sido investigadas no início da pandemia, as vacinas de mRNA rapidamente ganharam popularidade devido à imunogenicidade superior em uma dose baixa, fortes perfis de segurança/tolerabilidade e a possibilidade de rápida fabricação em massa e implantação em regiões distantes.
Os pesquisadores perceberam que as vacinas com essa tecnologia podem provocar respostas de células T citotóxicas, semelhantes às que ocorrem em infecções naturais, contra células cancerígenas. Dessa forma, muito se tem avançado em pesquisas que usam vacinas de mRNA como imunoterapia para pacientes com neoplasias.
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