O Ministério da Saúde pretende aumentar em 300% a oferta da PrEP, a Profilaxia Pré-Exposição, até 2027. Só neste ano ocorreu um aumento de 20,6% no uso da PrEP através do Sistema único de Saúde (SUS).
“Da mesma forma que temos preservativos nas unidades básicas de saúde, queremos que a profilaxia também esteja disponível para quem quiser”, declarou Draurio Barreira diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Para a infectologista Isabel Mendes, “Um dos maiores limitantes ao uso da PrEP é justamente acesso, então o aumento em sua oferta pode acarretar, de forma significativa, em uma redução no número de novas infecções.”
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Acesso ao medicamento
Os dados do Ministério da Saúde apontam que as pessoas que mais têm acesso à PrEP são homens brancos com maior grau de escolaridade, isso levou o ministério a reconhecer que as populações mais pobres, pretos e pardos têm ficado a margem do acesso à informação e ao sistema de saúde.
Segundo a médica responsável pelas ações de HIV da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Maria Clara Gianna, “Queremos que os medicamentos, que já estão disponíveis no SUS, cheguem a quem necessita. Queremos que todos tenham informação, afinal, o fornecimento não é uma dificuldade. Eles já estão aí. A disponibilidade nada mais é do que uma estratégia de prevenção”.
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Educação para prevenção
A PrEP é contraindicada para quem vive com o vírus, pois a profilaxia pode causar resistência ao tratamento, dessa forma antes de fazer uso da PrEP é necessário fazer a testagem para o HIV. Além disso é importante que se reconheça que o uso da Profilaxia Pré-Exposição é apenas uma das estratégias de prevenção e que não exclui a necessidade de outras ferramentas preventivas como testagem regular e uso de preservativo externo e interno.
“A PrEP é somente uma das modalidades. Apesar de sua eficácia, ela não previne contra outras ISTs, como sífilis e as hepatites B e C. Além disso, falhas podem ocorrer, em sua grande maioria relacionadas à adesão inadequada. Por isso, outras formas de prevenção precisam ser mantidas. Sem orientação, pode haver um excessivo foco na PrEP e um esquecimento da importância do uso de preservativos e de realização de testagem em caso de exposição de risco.”, complementa a Dra. Isabel Mendes.
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.
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