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Infectologia14 outubro 2024

Escarlatina: o que precisamos saber? 

A escarlatina é caracterizada pela formação de uma erupção cutânea eritematosa, que geralmente ocorre em crianças de 5 a 15 anos.

A escarlatina é uma doença bacteriana causada por Streptococcus pyogenes, uma espécie beta-hemolítica de estreptococo do grupo A. Comumente associada a infecções de pele, pode gerar quadros mais graves e de aspecto sistêmico. 

Apesar da queda importante da incidência de escarlatina desde o final do século XIX, nos últimos anos diversos surtos vêm sendo descritos em diferentes locais no mundo e é preciso manter a atenção para os sinais e sintomas da doença. 

Escarlatina: o que precisamos saber? 

Imagem de freepik

Fisiopatogenia 

A ocorrência de escarlatina é mediada pela produção de toxinas, as exotoxinas pirogênicas estreptocócicas. O rash característico da condição é resultado de uma resposta de hipersensibilidade tardia e ocorre somente em indivíduos que já tiveram contato prévio com a bactéria. Apesar de mais comum após acometimento de faringe, a escarlatina pode acontecer como decorrência de qualquer infecção por S. pyogenes. 

Quadro clínico 

Embora possa afetar indivíduos de todas as idades, crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos são os mais acometidos. O quadro clínico típico caracteriza-se por faringite aguda, febre e fadiga, os quais são seguidos pelo desenvolvimento de rash cutâneo, geralmente 24 horas após o começo da doença. 

O rash tem característica maculopapular e é frequentemente descrito como sendo áspero e com aspecto de lixa, iniciando na parte superior do tórax, com posterior disseminação para o restante do corpo, mas geralmente poupando palmas, plantas e região perioral. Áreas de dobra, como axilas, pescoço, virilha, cotovelos e joelhos, podem apresentar uma coloração vermelha mais intensa. A duração é de aproximadamente 1 semana e a melhora é geralmente acompanhada de descamação intensa, que pode ser prolongada. 

Outro acometimento considerado típico é o aspecto de “língua em framboesa”, em que a língua aparenta inicialmente um aspecto brancacento e saburroso, que depois torna-se edemaciado e com um intenso rubor avermelhado. 

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Manifestações atípicas já foram descritas, como exantemas maculares mais leves, acometimento palmoplantar, eritema e edema de orelhas, eritroderma difuso, petéquias em face, pescoço e axila, entre outros. 

Possíveis complicações da escarlatina incluem, assim como em outras infecções estreptocócicas, abscessos peritonsilares e retrofaríngeos, linfadenite cervical, bacteremia, endocardite, pneumonia, febre reumática e glomerulonefrite pós-estreptocócica. 

Diagnósticos diferenciais 

Entre os diagnósticos diferenciais de escarlatina, encontram-se exantemas virais, farmacodermias, síndrome do choque tóxico estafilocócico e doença de Kawasaki. 

Diagnóstico 

A confirmação microbiológica é feita por meio de cultura ou testes rápidos. Entretanto, resultados positivos de cultura podem significar apenas colonização e os testes rápidos podem apresentar resultados falso-negativos. Por esse motivo, os resultados dos exames complementares devem ser sempre avaliados em conjunto com a história e o quadro clínico. 

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Tratamento 

O tratamento é feito com antibioticoterapia, com penicilina ou aminopenicilinas, como amoxicilina, constituindo-se os antibióticos de primeira escolha.

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Referências bibliográficas

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