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Infectologia17 fevereiro 2022

CROI 2022: HIV e tratamentos de longa duração

Novos tratamentos de HIV vêm sendo pesquisadas nos últimos anos, buscando drogas que favoreçam adesão e melhor perfil de eventos adversos.

Novas opções terapêuticas para o tratamento de HIV vêm sendo pesquisadas nos últimos anos, buscando principalmente drogas que favoreçam adesão e tenham melhor perfil de eventos adversos. Nesse sentido, os antirretrovirais de longa duração vêm ganhando destaque e foram tema de plenária na Conference on Retoviruses and Opportunistic Infections 2022 (CROI 2022).

CROI 2022 HIV e tratamentos de longa duração

Cabotegravir-rilpivirina

A combinação de cabotegravir-rilpivirina de longa duração foi a primeira a ser abordada, uma vez que já está aprovada para uso, embora não esteja disponível em todos os países.

Podendo ser administrada como injeções intramusculares a cada 4 ou 8 semanas, CAB-RPV já foi incorporado em alguns guidelines para tratamento de pacientes em supressão virológica. Para os regimes com 8 semanas de intervalo, o uso de CAB-RPV permitiria somente 6 administrações de terapia por ano.

Guidelines com recomendação de CAB-RPV

EACS (2021)US DHHS (2022)IAS (2020)
CAB + RPV LA a cada 8 semanasCAB + RPV LA a cada 4 semanasCAB + RPV LA a cada 4 ou 8 semanas

O uso de CAB-RPV como tratamento foi avaliado em 3 estudos já encerrados (ATLAS, FLAIR e ATLLAS-2M) e em 2 ainda em andamento (SOLAR e MOCHA). Os resultados são encorajadores, com a combinação de longa duração mostrando-se não inferior à TARV oral diária nas semanas 24, 48 e 124. Em apresentação oral no CROI 2022, resultados ainda não publicados da análise do ATLAS-2M mostraram manutenção de eficácia com 152 semanas de terapia. Ao mesmo tempo, os estudos mostraram não inferioridade com intervalo de 8 semanas em comparação com 4 semanas.

O perfil de eventos adversos mostra uma taxa de interrupção de tratamento de 2%. A maioria dos eventos reportados é leve ou moderado e as reações no local de injeção tendem a reduzir com o tempo. A taxa de falha virológica é de 1 – 1,5%. Nos casos de desenvolvimento de resistência, essa geralmente é contra 2 classes e ocorre no primeiro ano de tratamento. Em termos de aceitação, 9 em cada 10 participantes dos estudos preferiram o uso de CAB-RPV à terapia oral diária.

Outros estudos avaliaram o uso de CAB de longa duração em populações de homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transgênero e em mulheres cisgênero — os estudos HPTN 083 e HPTN 084, respectivamente — como base de PrEP. Em ambos, CAB-LA foi superior à combinação de tenofovir/emtricitabina (TDF/3TC) na prevenção de aquisição de HIV: no HPTN 083 foram 68% e no HPTN 084, 89% menos infecções no grupo de CAB-LA. A maioria das reações locais foi considerada leve, com poucas descontinuações, e o perfil de outros eventos adversos foi semelhante ao de PrEP oral diária. Houve uma preferência consistente ao regime de CAB-LA IM a cada 8 semanas em relação ao regime oral diário.

Dois estudos – HPTN 083-1 e HPTN 084-1 – estão em andamento para avaliar a eficácia de CAB-LA como PrEP em adolescentes.

Estamos acompanhando o CROI 2022. Fique ligado no Portal PEBMED!

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