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Endocrinologia18 junho 2024

Uso de inibidores de SGLT2  em pacientes internados

Estudos já comprovaram que a prescrição precoce de SGLT2i foi capaz de reduzir mortes por causas cardiovasculares.

Os inibidores do co-transportador 2 de sódio-glicose (SGLT2i)  já são medicamentos conhecidos pelo seu benefício para tratamento de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) , doença cardiovascular, insuficiência cardíaca (IC)  e doença renal crônica (DRC). Apesar de claras vantagens, a adoção de sua prescrição na prática clínica ainda é pequena. 

Baseado nesse fato, foi publicada recentemente uma revisão que aborda o uso dos SGLT2i em pacientes hospitalizados. Nessa revisão, o objetivo foi mostrar evidências da eficácia e segurança do uso de SGLT2i para tratamento de doenças crônicas, estimular a prescrição deles e discurtir potenciais barreiras e soluções para promover a implementação dessa categoria de medicação no ambiente hospitalar. Segue abaixo, um breve resumo da referida revisão.  

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Os inibidores do co-transportador 2 de sódio-glicose (SGLT2i) atuam no tratamento do DM2 ao prevenir a reabsorção de glicose no túbulo renal proximal, emergindo como medicamento promissor no tratamento do DM. Mais recentemente, tais medicamentos, também foram capazes de melhorar os desfechos de pacientes com doenças cardiovasculares e todo espectro de fração de ejeção do ventrículo esquerdo (VE) em pacientes com ou sem DM2 e DRC. 

Apesar de claros benefícios, sua prescrição ainda é muito incipiente e o início dela durante um período de hospitalização vem sendo incentivada como forma de estimular a adoção dessa classe de medicação. 

Em um ambiente hospitalar, é possível monitorizar a doença e seus sintomas, avaliação laboratorial e hemodinâmica do paciente, tempo disponível para informação e educação do paciente sobre a medicação. 

Estudos já comprovaram que a prescrição precoce de SGLT2i foi capaz de reduzir mortes por causas cardiovasculares, taxas de hospitalização e idas a emergências por IC descompensada. 

A hospitalização pode ser uma oportunidade para combater a inércia clínica na prescrição dos SGLT2i. Uma das principais razões para baixa adesão à prescrição é o receio em relação aos efeitos adversos. No entanto, o ambiente hospitalar pode ser um aliado para a monitorização da medicação, sua eficácia e manejo de eventuais efeitos colaterais. 

Estratégias eficazes para aumentar a prescrição dessa classe são: educação ao paciente sobre a medicação e equipe multidisciplinar para identificar os principais pacientes que se beneficiariam do uso da medicação. 

Durante a hospitalização, estudos já compararam o uso de SGLT2i com placebo e demonstram pouca diferença estatística em relação à depleção de volume, hipoglicemia, insuficiência renal agusa e infecção do trato urinário, comprovando eficácia da classe, mesmo quando prescrita e iniciada em ambiente hospitalar. 

Outra barreira a ser enfrentada ainda é o custo da medicação. Muitos SGLT2i ainda são de custo elevado, dificultando o início da prescrição e a adesão pelos pacientes. 

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Em suma, SGLT2i já comprovaram eficácia e segurança no tratamento e prevenção de doenças crônicas tais como DM2, IC e DRC. Apesar de tantas vantagens, sua prescrição ainda é escassa no meio médico e o ambiente hospitalar pode ser promissor ao auxiliar o início da terapia.

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