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Endocrinologia9 outubro 2024

Eficácia das intervenções para prevenir o DM2 em mulheres com diabetes gestacional

É hoje bem estabelecido que o diabetes mellitus gestacional (DMG) é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 (DM2).

Diabetes é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) corresponde a 90% dos casos. Dieta, atividade física, perda de peso e uso de medicações como metformina são estratégias que podem ser usadas para prevenir DM2 na população. 

É hoje bem estabelecido que o diabetes mellitus gestacional (DMG) é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 (DM2), com dados de literatura mostrando aumento do risco em até 10 vezes, sendo que o risco é maior nos primeiros anos após o parto e quando o diabetes é diagnosticado antes dos 40 anos, há maior risco cardiovascular. A prevalência de DMG é variável na população, podendo chegar a 25%.  

Esse é um estudo de revisão sistemática e meta-análise publicado no Journal of Diabetes em Maio de 2024 para avaliar a eficácia de intervenções preventivas para reduzir a incidência de DM2 em mulheres com história recente de DMG. 

Metodologia

Foi realizada uma busca na literatura (17 ensaios clínicos randomizados)  descrevendo mulheres nos primeiros 5 anos de gravidez com diagnóstico de DMG tendo sido submetidas a alguma intervenção (mudança de estilo de vida, comportamental, psicológica ou farmacológica) comparada a placebo ou cuidados habituais; e com período de seguimento mínimo de 12 meses. 

O desfecho primário foi a incidência de DMG. Os desfechos secundários incluiram: glicemia de jejum, HOMA-IR, TOTG, HbA1c, pesou, níveis de HDL, LDL e triglicerídeos. 

Leia também: Revisitando a fisiopatologia do diabetes mellitus tipo 2

Resultados e discussão 

Houve muita heterogeneidade entre os estudos analisados, mas sugere-se que as medidas de intervenção são mais efetivas em prevenir DM2 nessas mulheres com DMG recente. Além disso, as medidas farmacológicas parecem ter maior benefício do que mudança de estilo de vida apenas. 

Essa revisão não mostrou melhora nas medias antropométricas mas mostrou diferença nos níveis de glicemia e insulina de jejum. Entretanto, os autores concluem que o pequeno número de estudos limita a capacidade de se fazer afirmações com maior assertividade. 

A atual revisão sistemática está planejada para ocorrer anualmente pelos os próximos 5 anos e, dessa forma, poder fornecer evidências atualizadas dos efeitos à medida que estes surgirem. 

Conclusão 

Embora a correlação entre DMG e desenvolvimento de DM2 esteja bem estabelecido, parece haver ambiguidade quanto ao benefício de intervenções no risco de DM2 nessas mulheres quando iniciado até 5 anos após o parto. Sabe-se que mudanças no estilo de vida podem prevenir o DM2, mas estratégias tangíveis e sustentáveis ​​para alcançar eficazmente tais mudanças nesta população permanecem incertas. As abordagens farmacológicas mostram-se promissoras, mas as evidências ainda são escassas. Esta revisão sistemática dinâmica para os próximos 5 anos fornecerá evidências atualizadas sobre intervenções preventivas. 

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Referências bibliográficas

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