Logotipo Afya
Anúncio
Endocrinologia17 julho 2024

Caso clínico: Otimização do tratamento do DM2

Paciente, 60 anos, sexo masculino, em acompanhamento regular com endocrinologista devido a diabetes mellitus tipo 2 há 15 anos.

Paciente, 60 anos, sexo masculino, em acompanhamento regular com endocrinologista devido a diabetes mellitus tipo 2 há 15 anos. Como outras comorbidades, também apresenta hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, doença aterosclerótica e esteatose hepática. 

Como medicações de uso contínuo faz uso de: Losartana 50mg 12/12h + Hidroclorotiazida 25mg/dia + Rosuvastatina 20mg/dia + Glifage Xr2g/dia + Azukon mr 30mg/dia. Paciente nega alergia medicamentosa, nega tabagismo e é etilista social aos fins de semana (duas vezes por semana com média de três cervejas por dia). 

Pratica atividade física regular com caminhada e musculação 4 x/semana (início há dois anos, pois antes era sedentário) e acompanhamento nutricional com dificuldade em aderir ao plano alimentar. Nega cirurgias prévias ou internações hospitalares por motivo de doença. 

diabetes

Exame físico 

Paciente lúcido e orientado, corado, hidratado, acianótico, anictérico, eupnéico em ar ambiente. 

PA: 132×78 mmHg; FC: 70 bpm; Peso: 80 kg Alt:1,72; IMC: 27,11 kg/m2; CA:90 cm 

AR: MVUA, sem RA. 

AVC: RCR, 2T, BNF, sem sopros. 

Abdome: Atípico, peristáltico, sem massas palpáveis, timpânico. 

Membros inferiores: Pulsos pedioso palpáveis, sem edema, reflexos preservados 

Leia mais: Caso clínico: Vômitos durante colonoscopia em paciente diabético

Exames laboratoriais/de imagem recentes 

>> Hba1c:8,4%/Gli: 145/U:32/Cr: 1,5/B12:534/ColT:211/Tg:135/HDL:64/LDL:120/Não-HDL:147, spot urinário com Relação albumina/creatinina >50mg/g. 

Cl Cr CKD-EPI:53 ml/min/1,73 (IRC grau 3) 

>> USG de abdome total: Esteatose hepática leve 

>> Eco-doppler de carótidas: Obstrução de 30% em carótida direita e 50% em carótida esquerda. 

Qual seria a melhor opção medicamentosa para otimizar o tratamento desse paciente? 

Em primeiro lugar, a decisão terapêutica deve ser compartilhada com o paciente, levando em consideração os efeitos cardiovasculares e renais, eficácia, risco de hipoglicemia, impacto no peso, efeitos adversos, preferências do paciente e custo. 

 Além disso, a mudança do estilo de vida (prática regular de atividade física e alimentação equilibrada de preferência com acompanhamento nutricional) deve sempre caminhar ao lado da estratégia medicamentosa. 

Para indivíduos não gestantes, a meta de Hba1c é inferior a 7,0%. Além disso, mais especificamente em adultos com diabetes tipo 2 e risco estabelecido ou alto de doença cardiovascular aterosclerótica, insuficiência cardíaca (IC) e/ou crônica doença renal (DRC), o plano de tratamento deve incluir agente(s) que reduzam o risco de doenças cardiovasculares e renais (por exemplo, inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 – iSGLT2 e/ou agonista do receptor de peptídeo 1 – GLP-1). 

Desse modo, no caso do paciente acima, uma boa opção terapêutica seria um iSGLT2, visto que o paciente já apresenta doença renal crônica do diabetes estabelecida, visando evitar a progressão dela, além de reduzir eventos cardiovasculares, necessidade de hospitalizações, além de claro, melhor controle glicêmico. 

Autoria

Foto de Juliane Braziliano

Juliane Braziliano

Médica graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Residência de Endocrinologia e Metabologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência de Clínica Médica pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE). Editora-médica de Endocrinologia do Portal Afya.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Endocrinologia