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Dermatologia17 janeiro 2025

Consenso Brasileiro de Psoríase: recomendações em gestantes, lactantes e cirurgias

Consenso esclarece pontos importantes no tratamento da psoríase em grupos especiais, como gestantes e pacientes submetidos a procedimentos
Por Mariana Santino

O “Consenso Brasileiro de Psoríase de 2024: algoritmo de tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia” acrescentou novas informações no que se refere ao tratamento da psoríase em situações especiais como gestação e lactação, cirurgia e procedimento estéticos. 

Leia também: Consenso Brasileiro de Psoríase de 2024: o que mudou? 

Consenso Brasileiro de Psoríase: recomendações em gestantes, lactantes e cirurgias

Imagem de freepik

E quais são essas recomendações? 

Gestação e lactação 

O tratamento da paciente gestante deve levar em consideração o risco da própria doença e a segurança do concepto. Em relação ao tratamento tópico, o corticoide é preferido tanto na gestação, quanto na lactação. Fototerapia com UVB é segura nessas duas fases. Exceto a Ciclosporina, todas as drogas convencionais e inibidores da JAK 2 são contraindicadas na gestação. Faltam informações sobre a segurança do uso dos imunobiológicos, já que, por razões éticas, estas pacientes são excluídas dos estudos clínicos. Se optado por manter o imunobiológico a partir do 2º trimestre da gestação, deve-se adiar as vacinas de vírus vivos por até 6 meses após o nascimento. 

Já na lactação, provavelmente os imunobiológicos são seguros, por serem grandes moléculas (alto peso molecular) e terem provável destruição no trato gastrointestinal dos neonatos. Ciclosporina, Acitretina e Metotrexato são contraindicados. 

Cirurgia e procedimentos estéticos 

Apesar da escassa literatura, uma cirurgia na área acometida por psoríase parece não aumentar o risco de infecções ou prejudicar a cicatrização, mas pode ter risco de koebnerização (lesão de psoríase no local do trauma). Na psoríase leve, o tratamento tópico poderá ser reintroduzido logo após a fase inicial da cicatrização. Na psoríase em tratamento sistêmico, as lesões geralmente melhoram assim que o tratamento é reintroduzido. Cirurgias de baixo risco não demandam suspensão do tratamento, já as de alto risco, suspensão por 3 a 4 meias-vidas da droga. Nas de risco moderado, alguns orientam igual suspensão do tratamento e outros, sua manutenção. Se não houver intercorrências, reintroduzir o tratamento sistêmico da psoríase após 1-2 semanas. 

Sobre os procedimentos estéticos, toxina botulínica não parece representar risco para psoríase e os preenchedores e bioestimuladores de colágeno podem ser realizados à critério médico. Já em relação às tecnologias, o fenômeno de Koebner pode ocorrer em 11-75% dos pacientes. A Acitretina pode piorar a cicatrização e a reepitelização e a fototerapia aumentar o risco de complicações pela exposição solar, mas o Metotrexato pode até tratar complicações de preenchedores. Imunobiológicos anti-TNF tem maior tendência à infecção (especialmente micobactérias não tuberculosas nos procedimentos injetáveis) e os anti-interleucinas não apresentam risco aumentado. 

Portanto, o novo Consenso esclareceu pontos importantes no tratamento da psoríase em grupos especiais, como gestantes e lactantes e em pacientes submetidos a procedimentos estéticos ou cirúrgicos, levando em conta as opções terapêuticas atualizadas. 

Saiba mais: EADV 2024: Dermatologia na pele negra

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