Logotipo Afya
Anúncio
Reumatologia8 maio 2024

Novas recomendações EULAR para o tratamento farmacológico da artrite psoriásica 

Neste artigo traremos os principais pontos das novas diretrizes da Liga Europeia contra o Reumatismo (EULAR) para artrite psoriásica
Por Gustavo Balbi

Recentemente, diversos novos tratamentos foram incorporados ao arsenal terapêutico da artrite psoriásica (PsA). Com isso, diversas sociedades e grupos de estudo vêm atualizando suas recomendações a respeito do manejo farmacológico dessa doença. Nesse sentido, a mais nova atualização foi a da Liga Europeia contra o Reumatismo (EULAR), que foi publicada em substituição às suas diretrizes de 2019.  

Novas recomendações EULAR para o tratamento farmacológico da artrite psoriásica 

Imagem de freepik

Medicamentos considerados nessas recomendações

DMARDs sintéticos convencionais 

  • Metotrexato 
  • Leflunomida 
  • Sulfassalazina 

DMARDs biológicos 

Anti-TNF 

  • Adalimumabe 
  • Certolizumabe 
  • Etanercepte 
  • Infliximabe 
  • Golimumabe 

Anti-IL12/23 (p40) 

  • Ustequinumabe 

Anti-IL-17 

  • Secuquinumabe 
  • Ixequizumabe 
  • Bimequizumabe (anti-IL17A e F) (com registro ativo no Brasil, mas ainda sem comercialização) 

Anti-IL23 (p19) 

  • Guselcumabe 
  • Risanquizumabe 

CTLA4 

  • Abatacepte 

DMARDs sintéticos alvo específico 

  • iJAK: tofacitinibe e upadacitinibe 
  • PDE4: apremilaste (não disponível no Brasil) 

Recomendações para artrite psoriásica 

O alvo do tratamento é a remissão. Alternativamente, a baixa atividade de doença pode ser considerada, caso a remissão não seja factível. Deve-se realizar avaliações regulares com escores compostos de atividade de doença, realizando os ajustes necessários no tratamento. 

Os AINEs podem ser prescritos para alívio sintomático, e as infiltrações com corticoide podem ser consideradas como terapia adjuvante. 

Nos pacientes com poliartrite ou naqueles com mono- ou oligoartrite com fatores de mau prognóstico (dano estrutural, elevação de PCR, dactilite ou acometimento ungueal), um DMARD sintético convencional deve ser iniciado prontamente. O metotrexato é a primeira escolha nos casos com comprometimento cutâneo significativo. 

Caso o paciente com artrite periférica não responda a um DMARD sintético convencional, o uso de DMARD biológico está recomendado. Na ausência de resposta a pelo menos um DMARDs biológico (ou na impossibilidade do uso do biológico), a prescrição de inibidores da JAK pode ser uma opção, considerando os riscos envolvidos: o uso de iJAK nos pacientes com 65 anos ou mais ou com presença de fatores de risco significativos para eventos tromboembólicos, cardiovasculares, cerebrovasculares ou neoplasia deve ser evitado. 

Nos pacientes com doença leve (definida como acometimento oligoarticular ou entésico limitado, sem fatores de mau prognóstico e com acometimento cutâneo limitado) e que não possam utilizar ou que não tiveram resposta adequada os biológicos e iJAK, os inibidores da PDE4 podem ser utilizados. Apesar dessa recomendação, o apremilaste não está disponível no Brasil. 

Nos pacientes com entesite confirmada e resposta inadequada aos AINEs ou infiltração com corticoide, a terapia com DMARDs biológicos deve ser considerada. 

Nos pacientes com doença axial clinicamente relevante com resposta inadequada aos AINEs, o uso de anti-TNF, inibidores da IL-17 e iJAK (levando em consideração os cuidados anteriormente descritos) devem ser considerados. 

A seleção da classe de medicamentos utilizada para as diferentes indicações deve levar em consideração as manifestações extra-articulares da PsA: para doença cutânea extensa/significativa, dar preferência para anti-IL17 e anti-IL23 (não recomendados para doença axial); na presença de uveíte, preferir anti-TNF; já para doença inflamatória intestinal concomitante, preferir anti-TNF, anti-IL23, anti-IL-12/23 ou iJAK (levando em consideração os cuidados anteriormente descritos). 

Caso a resposta aos tratamentos com biológicos e/ou iJAK seja inadequada, os autores recomendam a troca entre eles, inclusive dentro das mesmas classes, respeitando as recomendações descritas nos parágrafos anteriores.

Anúncio

Assine nossa newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Ao assinar a newsletter, você está de acordo com a Política de Privacidade.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Referências bibliográficas

Compartilhar artigo