Durante o ACP Internal Medicine Meeting 2022, tivemos a oportunidade de revisar vários temas importantes para a prática médica. Alergia à penicilina foi um tema que esteve em alta, tendo sido citada tanto na palestra específica de imunologia, quanto na palestra de antibióticos.
Alergia à penicilina: por que precisamos nos atentar?
Hoje, 5% a 15% da população nos países desenvolvidos relata uma “alergia à penicilina”. No entanto, em mais de 95% deles, a penicilina pode ser administrada com segurança após uma avaliação diagnóstica apropriada.
O problema é que esta suposta “alergia” pode trazer altos custos ao paciente, já que os médicos são forçados a prescrever antibióticos com espectro maior. Algumas das consequências são:
- Aumento das taxas de reações adversas;
- Taxas mais altas de organismos multirresistentes;
- Aumento dos custos relativos ao cuidado (mais necessidade de hospitalizações, antibióticos mais caros).
Estratégias para “desrotular” os pacientes alérgicos à penicilina
A maioria dos pacientes com alergia à penicilina relatada não é alérgica. Então, precisamos sempre questionar e tentar “desrotular” esses casos. O primeiro passo é fazer uma história acurada, questionando pontos, como:
quando a reação ocorreu; tempo de reação em relação à administração do medicamento; fatores de confusão (infecções virais subjacentes); sintomas experimentados; e, resposta ao tratamento administrado. Por último, mas muito importante: a medicação ou medicação similar foi tomada e tolerada após o evento?
Neste vídeo da categoria Clinical Drops do Whitebook, falamos de um artigo recentemente publicado, que introduz o critério chamado de 1-1-1 para identificar fatores de risco que podem predizer alergias:
Para assistir mais drops, acesse aqui!
Esta categoria está somente disponível no Whitebook app.
Durante o ACP, destacaram também o uso da ferramenta PEN-FAST no processo de “desrotulagem”.
Mensagem prática
- Muitos pacientes com alergia relatada na penicilina na verdade não são alérgicos;
- A falsa alergia a penicilina pode gerar impactos negativos no cuidado do paciente;
- A ferramenta PEN-FAST pode ajudar no processo de “desrotulagem”;
- A “desrotulagem” pode melhorar os desfechos e reduzir os custos.
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