O médico intensivista é o profissional responsável pelo cuidado integral de pacientes críticos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Atua em contextos de alta complexidade, como pós-operatórios graves, insuficiências orgânicas múltiplas, quadros infecciosos severos e descompensações clínicas. Seu trabalho envolve decisões rápidas, conhecimento técnico atualizado e atuação interdisciplinar com enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos e nutricionistas.
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Perfil profissional e habilidades necessárias
O perfil do intensivista exige resiliência emocional, raciocínio clínico apurado, capacidade de trabalho sob pressão e comunicação eficaz com equipe e familiares. Também é essencial estar familiarizado com ventilação mecânica, monitorização hemodinâmica, uso de drogas vasoativas e protocolos de suporte à vida.
Caminhos para se tornar intensivista
Pós-graduação lato sensu em medicina intensiva
A pós-graduação é uma alternativa para médicos que desejam ingressar na área sem passar pelo processo seletivo da residência médica. Pode ser cursada por clínicos gerais ou médicos com outras especialidades, com duração média de 18 a 24 meses. A formação é oferecida por instituições privadas, com foco em teoria aplicada e prática supervisionada em UTIs conveniadas.
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Residência médica em medicina intensiva
A residência é o caminho tradicional e mais reconhecido para se tornar intensivista. Regulamentada pela CNRM/MEC, tem duração de dois anos e exige, como pré-requisito, residência prévia em Clínica Médica, Anestesiologia ou Cirurgia. Proporciona imersão prática intensa, com bolsa do governo e supervisão constante em unidades hospitalares de alta complexidade.
Pós-graduação em medicina intensiva
Estrutura e duração do curso
Os cursos de pós lato sensu geralmente duram entre 18 e 24 meses, com carga horária mínima de 360 horas, podendo chegar a mais de 1.000 horas em programas mais robustos. A formação inclui aulas teóricas presenciais ou online, simulações clínicas e estágios supervisionados em UTIs.
Instituições que oferecem o programa
Diversas instituições privadas e associações médicas oferecem especializações em Medicina Intensiva. É importante verificar o credenciamento da instituição junto ao MEC e a parceria com hospitais que permitam vivência prática de qualidade.
Certificação e reconhecimento profissional
A pós-graduação lato sensu confere um certificado de especialista com validade acadêmica, mas o título de especialista em Medicina Intensiva só é reconhecido oficialmente mediante aprovação na prova de título da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).
Residência médica em medicina intensiva
Estrutura e duração do programa
A residência em Medicina Intensiva tem duração de dois anos e é focada em prática hospitalar intensa, complementada por atividades teóricas regulares. Os residentes participam de plantões em UTI, passam por estágios em diferentes áreas críticas e desenvolvem competências clínicas, éticas e gerenciais.
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Pré-requisitos e processo seletivo
É necessário ter concluído residência prévia em Clínica Médica, Cirurgia Geral ou Anestesiologia. O processo seletivo inclui prova objetiva, podendo haver também análise curricular e entrevista. As vagas são concorridas e distribuídas por meio de concursos públicos organizados pelas instituições.
Certificação e reconhecimento profissional
Ao final da residência, o médico recebe o registro de especialista no CRM, com reconhecimento automático pela Comissão Nacional de Residência Médica. Esse título é amplamente aceito por hospitais públicos e privados em todo o país.
Comparativo: pós-graduação vs. residência
Diferenças em carga horária e prática clínica
A residência médica oferece maior carga horária prática e imersão diária em UTIs, com supervisão contínua e vínculo direto com o hospital. Já a pós-graduação tem carga horária menor e prática supervisionada mais limitada, dependendo da estrutura da instituição.
Reconhecimento e validação profissional
A residência garante automaticamente o título de especialista, enquanto a pós exige aprovação na prova da AMIB para reconhecimento formal. No mercado, a residência costuma ser mais valorizada por instituições hospitalares de grande porte.
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Quando optar por cada caminho
A residência é ideal para quem busca carreira hospitalar robusta e reconhecimento imediato. Já a pós-graduação pode ser uma opção para médicos em transição de carreira, que não querem ou não podem se dedicar exclusivamente ao modelo de residência.
Mercado de trabalho e perspectivas de carreira
Demanda por intensivistas no Brasil
A pandemia de covid-19 evidenciou a carência de intensivistas no Brasil, especialmente fora dos grandes centros. A demanda por esses profissionais segue alta, tanto no SUS quanto na rede privada. Além disso, o CFM atualiza regulamentação de Unidades de Terapia Intensiva Coronarianas, ampliando possibilidades de atuação.
Salário médio e variações regionais
O salário de um intensivista varia conforme a carga horária, tipo de instituição e região do país. Em média, a remuneração gira entre R$ 12 mil e R$ 25 mil mensais, podendo ultrapassar esse valor em plantões noturnos ou em serviços de alta complexidade.
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Segundo dados do Portal Salário com base no CAGED, um médico em medicina intensiva contratado sob regime CLT no Brasil recebe, em média, R$ 10.270,34 para uma jornada de 24 horas semanais. A análise considera 1.133 profissionais admitidos e desligados em diferentes regiões do país ao longo dos últimos 12 meses.
A remuneração pode variar entre R$ 9.989,85 (piso) e R$ 18.218,79 (teto), dependendo de fatores como região, porte da instituição, perfil da função, nível de experiência e políticas internas de carreira. Especialistas atuando em UTIs de alta complexidade ou em regime de plantão costumam receber valores acima da média.
Oportunidades de atuação e crescimento profissional
Além das UTIs, o médico intensivista pode atuar em coordenação de equipes multiprofissionais, gestão hospitalar, docência e pesquisa. A área também permite subespecializações, como Terapia Intensiva Pediátrica ou Cardiorrespiratória, ampliando ainda mais o leque de possibilidades.
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