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Carreira13 junho 2025

Especialidades médicas que mais remuneram: vale a pena investir na residência?

Descubra quais áreas oferecem os maiores salários, como funciona a residência médica e o que considerar na hora de escolher sua especialidade
Por Redação Afya

Se você já se perguntou quais especialidades médicas garantem os maiores salários no Brasil, a resposta vem acompanhada de dados recentes. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), feito em 2024, a medicina continua sendo a profissão mais bem remunerada do país — tendência que se manteve em 2025. Mas, dentro da carreira médica, os rendimentos podem variar bastante de uma especialidade para outra.

De acordo com dados da FENAM e de plataformas como Catho, Glassdoor e Indeed, as três áreas com maiores médias salariais hoje são: neurocirurgia (cerca de R$ 30 mil por mês), cirurgia plástica (R$ 25 mil) e anestesiologia (R$ 20 mil).

Esses valores refletem não só a complexidade dos procedimentos e a alta responsabilidade envolvida, mas também o tempo de formação e a demanda por profissionais especializados. A seguir, reunimos um panorama sobre essas especialidades para ajudar médicos e estudantes a entenderem os caminhos formativos, os desafios da rotina e, claro, se — e quanto — vale a pena investir nessa jornada.

Leia mais: UNESP Residência Médica 2025: guia completo do processo seletivo e programas

O que é Residência Médica e sua importância na formação médica

Definição e aspectos legais

A Residência Médica é a principal via de formação especializada no Brasil. Para atuar como neurocirurgião, por exemplo, são necessários ao menos seis anos de residência — dois em cirurgia geral e quatro em neurocirurgia. Já a residência em cirurgia plástica tem duração de cinco anos, e a de anestesiologista não exige formação prévia em outra especialidade.

Diferença entre Residência Médica e Especialização

Ao contrário da pós-graduação tradicional, a residência médica oferece carga horária mais extensa, supervisão constante e vivência hospitalar intensiva, o que proporciona uma formação técnica e prática mais robusta. Em especialidades como neurocirurgia, cirurgia plástica e anestesiologia, essa formação é considerada essencial para atuar com segurança e excelência. Além disso, médicos residentes recebem bolsa-auxílio, têm acesso a grandes instituições e, muitas vezes, conquistam um melhor posicionamento no mercado de trabalho — inclusive porque as especialidades mais bem remuneradas exigem residência como pré-requisito.

 

Por outro lado, a especialização tradicional pode ser uma alternativa válida para quem busca maior flexibilidade de horários e datas de ingresso, além de permitir a conciliação com atividades profissionais já em andamento. A escolha entre um caminho e outro deve considerar o perfil, os objetivos e a área de interesse de cada médico.

 

Como funciona a Residência Médica no Brasil

Duração e carga horária

A duração varia conforme a especialidade: a residência em anestesiologia dura 3 anos; em cirurgia plástica, 5 a 6 anos (dependendo da necessidade de pré-requisito); e neurocirurgia, até 6 anos. A carga horária semanal gira em torno de 60 horas, incluindo plantões.

 

Remuneração e direitos do médico residente

Em 2025, a bolsa-auxílio para médicos residentes no Brasil é de R$ 4.106,09, conforme estipulado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério da Saúde. Essa remuneração, embora padronizada nacionalmente, pode ser insuficiente para cobrir todos os custos de vida, especialmente em grandes centros urbanos, onde despesas com moradia e alimentação são mais elevadas.

Após a conclusão da residência, a remuneração dos médicos varia significativamente conforme a especialidade, região e tipo de vínculo empregatício. De acordo com dados recentes, o salário médio de um médico no Brasil é de aproximadamente R$ 9.095,68. Entretanto, esse valor pode ser maior em estados como Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte, onde a média salarial é mais elevada. Por exemplo, no Amazonas, a média salarial de um médico é de R$ 15.192,77.

 

Supervisão e atividades práticas

Neurocirurgia

Supervisão:

  • Realizada por neurocirurgiões experientes, geralmente com cargo de preceptores ou chefes de serviço;
  • O residente participa diretamente das atividades clínicas, cirúrgicas e ambulatoriais, sempre sob orientação;
  • A complexidade dos casos aumenta gradativamente conforme o ano de residência (R1 a R6).

Atividades práticas:

  • Atendimento em pronto-socorro neurológico e emergências;
  • Participação em cirurgias de crânio e coluna, desde procedimentos eletivos até urgências como traumatismo cranioencefálico (TCE);
  • Rodízios em unidades de neuroimagem, UTI e neurologia clínica;
  • Plantões supervisionados em centros neurocirúrgicos.

Cirurgia Plástica

Supervisão:

  • Feita por cirurgiões plásticos credenciados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP);
  • O acompanhamento ocorre desde a fase de avaliação do paciente até o pós-operatório, com foco em técnica e ética profissional;
  • O residente aprende a diferenciar e manejar casos estéticos e reparadores.

 

Atividades práticas:

  • Realização de cirurgias sob supervisão: reconstruções mamárias, correções de fissura labiopalatina, enxertos, entre outras;
  • Participação em ambulatórios de pré e pós-operatório;
  • Rodízios em queimados, cirurgia geral e oncologia cutânea;
  • Aprendizado progressivo em procedimentos estéticos (rinoplastia, lipoaspiração, blefaroplastia) com protocolos rigorosos de segurança.

 

Anestesiologia

Supervisão:

  • Coordenada por anestesiologistas certificados pela SBA (Sociedade Brasileira de Anestesiologia);
  • O residente é orientado em tempo real durante os procedimentos anestésicos;
  • A responsabilidade aumenta gradativamente, sempre com suporte próximo nos primeiros anos.

 

Atividades práticas:

  • Administração de anestesias gerais, regionais e locais em diferentes tipos de cirurgias;
  • Manejo de vias aéreas, monitoração hemodinâmica e controle da dor intra e pós-operatória;
  • Rodízios em obstetrícia, pediatria, centro cirúrgico, UTI e medicina da dor;
  • Participação em discussões clínicas e simulações de urgências anestésicas.

 

Avaliação e certificação

Na neurocirurgia, o processo avaliativo inclui provas teóricas regulares, discussões clínicas, seminários e avaliação prática. A certificação é concedida pelo MEC, mas para atuar oficialmente é necessário o título de especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN).

Na cirurgia plástica, a avaliação envolve provas internas, acompanhamento em cirurgias e discussões clínicas. Após a residência e certificação pelo MEC, o título de especialista é obtido com aprovação no exame da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Na anestesiologia, avaliações periódicas incluem provas escritas, simulações e desempenho prático. O título de especialista é concedido após aprovação no exame da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA).

Tipos de Residência Médica

A Residência Médica no Brasil é dividida entre especialidades de acesso direto e aquelas que exigem pré-requisito. No acesso direto, o médico ingressa na especialidade logo após a graduação, enquanto nas demais é necessário concluir uma formação prévia, geralmente em áreas básicas como clínica médica, cirurgia geral ou pediatria. A escolha entre um caminho e outro impacta diretamente o tempo total de formação e a trajetória profissional. Além disso, especialidades com pré-requisito tendem a ser mais concorridas e exigem planejamento antecipado na carreira médica.

Áreas de atuação das especialidades

Neurocirurgiões atuam no tratamento cirúrgico do sistema nervoso central e periférico, em hospitais de alta complexidade e centros especializados. Cirurgiões plásticos realizam procedimentos estéticos e reparadores, atuando em hospitais, clínicas e centros especializados. Anestesiologistas garantem conforto e segurança durante procedimentos cirúrgicos e diagnósticos, atuando em salas de cirurgia, UTI, pronto-socorro e medicina da dor.

 

Como ingressar na Residência Médica

Processo seletivo e principais etapas

Cada programa de residência médica possui processos seletivos com provas escritas, avaliações práticas, entrevistas e análise curricular. Acompanhar os editais é fundamental para não perder prazos.

COREME e instituições credenciadas

A Comissão de Residência Médica (COREME) gerencia os programas em cada instituição, garantindo conformidade com normas do MEC e da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

Documentação necessária

Além do diploma de medicina, é necessário cumprir pré-requisitos específicos. Para neurocirurgia e cirurgia plástica, é preciso ter concluído a residência em cirurgia geral.

Calendário do processo seletivo

Os editais geralmente são publicados entre setembro e outubro, com provas entre novembro e dezembro, e início da residência em março.

Fatores a considerar

Considere vocação, rotina, duração da residência, remuneração e potencial de crescimento. A infraestrutura e as oportunidades de trabalho multidisciplinar também são importantes.

Perspectivas de mercado por especialidade

As especialidades médicas que mais remuneram costumam manter alta demanda tanto no setor privado quanto no público. Neurocirurgia, por sua complexidade, é valorizada em centros especializados, enquanto cirurgia plástica cresce com a busca por procedimentos estéticos e reparadores. Anestesiologia é essencial em diversas áreas, garantindo ampla empregabilidade.

É importante acompanhar as tendências tecnológicas e as mudanças demográficas que impactam a necessidade por especialistas. A valorização profissional também está ligada à constante atualização e qualificação, que podem ampliar oportunidades e aumentar o retorno financeiro ao longo da carreira.

Vale a pena investir?

Sim, principalmente nas especialidades com maior retorno financeiro, a residência médica costuma ser um caminho seguro e valorizado. No entanto, mais do que salários altos, uma carreira médica sustentável depende do alinhamento entre vocação, estilo de vida e afinidade com a rotina da especialidade escolhida. Investir tempo e energia em uma formação sólida faz diferença — mas investir em autoconhecimento também.

Independentemente do caminho escolhido, a Afya está ao seu lado oferecendo soluções para cada etapa da jornada médica. Seja por meio do Programa de Pós-Gradução, dos nossos conteúdos atualizados ou das dicas práticas que compartilhamos, queremos ajudar você a tomar decisões mais conscientes. Para não perder nenhuma novidade sobre editais, provas e oportunidades, acompanhe a seção Carreira do nosso site e fique por dentro de tudo!

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Referências bibliográficas

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