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Cardiologia22 outubro 2019

Diretrizes de dislipidemia no mundo real

Nos últimos cinco anos, as principais sociedades de cardiologia atualizaram suas diretrizes para prevenção e tratamento da dislipidemia e aterosclerose.

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Nos últimos cinco anos, as principais sociedades de cardiologia atualizaram suas diretrizes para prevenção e tratamento da dislipidemia e aterosclerose. O ponto central em todas elas é a avaliação dos fatores de risco e o cálculo do risco cardiovascular, sendo a estatina recomendada de modo unânime nos pacientes de maior risco.

As duas principais divergências são a dose – se guiada por meta ou dose máxima sempre – e a população de menor risco – se indica ou não estatina. Estudos prévios sugerem que os escores de risco das diretrizes podem superestimar o risco real de eventos cardiovasculares, suscitando mais dúvidas em relação ao uso de estatina em pessoas de risco baixo a moderado. 

estatinas para tratar a dislipidemia

Diretrizes de dislipidemia

Um estudo dinamarquês aplicou cinco diretrizes internacionais à sua população e comparou o número necessário para tratar (NNT) entre elas. A população tinha mediana de idade na casa dos 60 anos, 60% de homens, 5% de diabéticos e 20-30% de tabagistas.

Recomendações de uso de estatina pelas diretrizes comparadas (de forma resumida)

NICEUSPSTFCCSESCACC/AHA
LDL > 190N/ALDL > 193LDL > 232LDL > 190
QRISK2≥10%ASCVD≥10%FRS≥10%SCORE≥5%ASCVD≥7,5%

Legenda: a indicação pode ser pelo valor basal do LDL ou pelo escore. Valores LDL em mg/dl. NICE, da Inglaterra. CCS, Canadá. FRS, escore de Framingham. A USPSTF usou versão anterior do escore ASCVD da AHA/ACC, ao passo que a diretriz ACC/AHA está com versão atualizada. IMPORTANTE: a versão ESC utilizada é antiga. A de 2019 recomenda estatina a partir LDL > 190 mg/dl.

O estudo encontrou que a canadense foi a diretriz com mais indicações de estatina: 44%. De modo relacionado, é a diretriz com maior sensibilidade e menor especificidade. Por outro lado, a europeia foi mais conservadora, com 15%, seguida pela USPSTF, 31%. Mas ambas são diretrizes mais antigas.

O que chamou a atenção dos pesquisadores foi que, ao correlacionar com os eventos na população, o NNT foi de 18 a 21, e não houve diferença estatisticamente significativa. Por isso, eles concluíram que qualquer diretriz pode ser utilizada, mas recomendam NICE, CCS e AHA/ACC por serem mais atualizadas. Infelizmente, o estudo não incluiu nossa diretriz brasileira.

Referências:

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