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Anestesiologia16 novembro 2021

Oxicodona e naloxona: bons aliados no tratamento da dor moderada a severa

Estudos desenvolveram medicação oral que associa o opioide oxicodona com seu antídoto, a naloxona com intuito de reverter efeitos colaterais.
Por Gabriela Queiroz

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Mundipharma de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

A dor moderada a severa exige tratamentos com opioides, por vezes em altas doses, porém em uma grande maioria dos  pacientes, essas dosagens acarretam efeitos colaterais muitas vezes intolerantes como a constipação grave. Em 2006, estudos alemães desenvolveram uma associação de drogas para essa finalidade, uma medicação oral que associava o opioide oxicodona com seu antídoto, a naloxona. No Brasil essa droga é conhecida pelo nome comercial Targin e sua comercialização se iniciou em 2021. 

A oxicodona, nessa associação, é o opioide responsável pelo efeito analgésico do tratamento e a naloxona corresponde a medicação capaz de reverter os efeitos desse opioide. Quando administrada por via oral, os efeitos da naloxona restringem-se apenas ao trato gastrointestinal, pois por essa via é muito  pouco absorvida pelo organismo, o que possibilita a redução dos  efeitos colaterais locais da oxicodona, como a constipação instestinalEssa baixa absorção  faz com que a naloxona não proporcione quase nenhum efeito sistêmico, possibilitando seu uso associado ao opioide sem anular seu efeito analgésico. A constipação intestinal é um efeito adverso  fortemente relacionado ao uso de opioides e que causa muito desconforto aos pacientes. Na maioria  das vezes é comum a associação do uso de opioides com agentes laxativos para o alívio desse sintoma.  

Oxicodona e naloxona

Mecanismo de ação:  

Tanto a oxicodona como a naloxona possuem afinidade pelos receptores opiáceos (kappa, mu e delta,  sendo a oxicodona maior afinidade pelo receptor mu) localizados no sistema nervoso central, na  medula espinhal e nos órgãos periféricos como o intestino. A oxicodona atua como agonista opioide e a naloxona como antagonista dos mesmos.  

A naloxona administrada por via oral sofre um grande impacto no metabolismo na sua primeira  passagem, tornando a sua biodisponibilidade inferior a 3%, o que faz com que seus efeitos sistêmicos  sejam praticamente irrelevantes. Devido a isso, a sua ação local principalmente a nível intestinal,  estimulando a peristalse, é bastante relevante nessa associação.  

Estudos:  

Alguns estudos comparativos foram realizados com grupos de pacientes utilizando oxicodona e agentes laxativos e pacientes utilizando a associação de oxicodona e naloxona. Foi  evidenciado em ensaios clínicos randomizados que o grupo que fazia uso da associação medicamentosa apresentava movimentos intestinais espontâneos e completos, com significativa redução de constipação, sem a necessidade do  uso de laxantes como drogas coadjuvantes, com grande melhora na qualidade de vida dos pacientes e  sem alterar seu efeito analgésico.  

Uso:  

Apesar da morfina continuar sendo o tratamento padrão ouro para  dores intensas por períodos prolongados em associação com agentes laxativos para evitar a constipação como efeito adverso, a associação oxicodona/naloxona apresenta resultados positivos no tratamento da dor severa com importante redução na constipação pelo uso de opioides.  

A associação oxicodona/naloxona deve ser usada apenas em pacientes com dor moderada a severa que necessitam  de doses diárias e regulares de opioides por um período prolongado de tempo, quando outras  medicações analgésicas não forem suficientes para promover a analgesia necessária. Não deve ser prescrita para casos pontuais de dor ou em casos de dor moderada por períodos curtos de tratamento.  

A dosagem usual diária inicial é de 10 mg/5 mg (oxicodona/naloxona) oral a cada 12 horas e não deve  ultrapassar 80 mg de oxicodona e 40 mg de naloxona por dia. Se por algum motivo houver necessidade  do uso de doses maiores do opioide, esse deve ser administrado em sua forma isolada, até uma dose  total de 400 mg diária.  

Deve ser sempre administrada por via oral e em horários regulares e pacientes com história de asma  severa, pneumopatias ou obstrução intestinal não devem fazer uso dessa associação. Lembrar sempre  que como todo opioide utilizado por longos períodos de tempo pode desencadear dependência  emocional e física.  

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Referências bibliográficas

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