No videocast de hoje, a psiquiatra Júlia Campos recebe uma especialista da Cellera para discutir um tema crucial: a escolha entre metilfenidato e atomoxetina no tratamento do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Introdução ao TDAH
O TDAH é um transtorno neurodesenvolvimental comum, caracterizado por dificuldades de atenção, hiperatividade e impulsividade. Embora frequentemente diagnosticado na infância, seus sintomas podem persistir na vida adulta, impactando diversas tarefas do dia a dia.
Evolução do TDAH ao longo da vida
A prevalência do TDAH é de aproximadamente 5% em crianças em idade escolar, diminuindo para 2,5% em adultos jovens e cerca de 1% na vida adulta. Os sintomas podem ser atenuados durante a adolescência, mas muitos continuam a enfrentar desafios significativos na vida adulta, incluindo baixa autoestima, dificuldades acadêmicas e ocupacionais e riscos aumentados de problemas de saúde mental e física.
Tratamento do TDAH
O tratamento do TDAH deve ser abrangente, combinando psicoeducação e intervenções farmacológicas. As diretrizes atuais recomendam os psicofármacos como primeira linha de tratamento, com exceção de crianças pré-escolares, quando a psicoterapia comportamental pode ser tentada inicialmente.
Metilfenidato x Atomoxetina
Metilfenidato
Estimulante amplamente utilizado, é considerado a primeira escolha para o tratamento do TDAH por causa da sua alta eficácia e perfil de tolerabilidade favorável. Atua bloqueando os transportadores de dopamina e norepinefrina, aumentando a disponibilidade desses neurotransmissores e melhorando as funções executivas e inibitórias do córtex pré-frontal.
Atomoxetina
Inibidor da recaptura de noradrenalina que é geralmente recomendado como segunda ou terceira linha de tratamento. Atomoxetina é indicada para pacientes que não toleram estimulantes ou apresentam comorbidades como ansiedade, tiques, distúrbios do sono, transtorno bipolar ou uso de substâncias. Embora menos eficaz que os estimulantes, ela é uma alternativa valiosa em casos específicos.
Considerações finais
A escolha entre metilfenidato e atomoxetina deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa das necessidades individuais do paciente, considerando eficácia, tolerabilidade e presença de comorbidades. O metilfenidato permanece a primeira linha de tratamento, enquanto a atomoxetina é uma opção importante para casos específicos.
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