A doutora Tayne Miranda, médica psiquiatra, acompanhada do doutor Kalil Duailibi discutem as experiências práticas com o uso de agomelatina.
Introdução sobre depressão
A depressão é um problema global significativo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, mais de 300 milhões de pessoas viviam com Transtorno Depressivo Maior (TDM), tornando-o a segunda maior causa de incapacidade médica. Apesar disso, apenas 20% dos pacientes recebem tratamento adequado. A depressão não apenas afeta a qualidade de vida e funcionalidade dos indivíduos, mas também aumenta o risco de suicídio em até oito vezes.
Caso clínico
No vídeo, temos o caso clínico de GBS, uma professora universitária de 44 anos, que relatou 9 meses de sintomas, como falta de energia, interesse reduzido nas atividades diárias, comprometimento cognitivo e insônia. A paciente também apresentou ideação suicida, embora sem planejamento. Esses sintomas estavam prejudicando sua vida profissional, algo que sempre foi motivo de orgulho para ela.
Transtorno Depressivo Maior (TDM) e ideação suicida
A discussão sobre suicídio muitas vezes é evitada por tabus culturais, morais e religiosos e, hoje, ele é um grave problema de saúde pública, com a OMS estimando mais de 800 mil mortes por ano. Na maioria dos casos, há um diagnóstico psiquiátrico presente, especialmente transtornos de humor, sendo o suicídio o resultado final de um longo período de sofrimento. Para combater isso, campanhas, como o Setembro Amarelo, têm sido fundamentais para conscientizar sobre a prevenção do suicídio.
Benefícios do tratamento da depressão
Dado essa realidade, é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível para evitar a cronificação dos quadros depressivos. O objetivo do tratamento é alcançar a remissão, o que reduz as chances de recaídas e melhora a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes. No caso clínico, a paciente apresentava sintomas cognitivos, uma questão central e frequentemente negligenciada no tratamento da depressão.
Impacto dos sintomas neurocognitivos
A função cognitiva é frequentemente afetada em pacientes com TDM. Em estudos, apenas 45% dos pacientes apresentavam funcionamento neurocognitivo intacto, o que inclui habilidades, como atenção, memória e funções executivas. Esses sintomas prejudicam a capacidade de lidar com as demandas diárias e afetam negativamente a recuperação do paciente.
Comparação de tratamentos
Estudos recentes comparam o impacto da agomelatina com outros antidepressivos, como fluoxetina. Ambos foram eficazes no tratamento dos sintomas depressivos e na melhora da função cognitiva. Entretanto, a agomelatina mostrou vantagens no desempenho em testes de função executiva e na melhora do sono, sem prejudicar a vigilância diurna.
Conclusão
Agomelatina é uma boa opção para pacientes com TDM, especialmente aqueles com disfunção executiva e distúrbios do sono, como a paciente do caso clínico.
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