A depressão é um problema de saúde mental comum entre crianças e adolescentes, mas muitas vezes pouco reconhecido. Este videocast aborda as estratégias de prescrição e manejo do tratamento com agomelatina, um antidepressivo inovador, na população pediátrica.
Prevalência e impacto da depressão em adolescentes
A prevalência de transtorno depressivo maior (TDM) aumenta significativamente entre 13 e 18 anos, atingindo taxas semelhantes às da população adulta. Estudos indicam que 36% dos adolescentes não recebem tratamento adequado, o que leva a prejuízos psicossociais e interfere no desenvolvimento normal.
Diagnóstico e tratamento da depressão em adolescentes
A adolescência é um período crítico para a identificação de pacientes com alto risco de depressão. A recomendação é realizar rastreio universal e de rotina, utilizando instrumentos validados. Entre os adolescentes com TDM, 40 a 90% apresentam ao menos uma comorbidade psiquiátrica, como Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e transtornos de ansiedade.
O tratamento da depressão em adolescentes deve considerar a gravidade do episódio depressivo. Para casos leves, recomenda-se psicoterapia individual e de grupo. Para depressão moderada a grave, as intervenções com maiores evidências científicas são psicoterapias, antidepressivos ou terapia combinada.
Agomelatina: perfil farmacológico e uso na população pediátrica
A agomelatina é um antidepressivo inovador, aprovado pela ANVISA, para uso em adolescentes com TDM. Ela é um agonista dos receptores de melatonina MT1 e MT2 e antagonista do receptor serotoninérgico 5HT2C, aumentando noradrenalina e dopamina no córtex pré-frontal. Esse mecanismo de ação resulta em menos efeitos adversos e boa tolerabilidade.
A agomelatina melhora a anedonia, energia, atenção e concentração, sem afetar a recaptação das monoaminas. Ela não tem afinidade por receptores adrenérgicos, colinérgicos, dopaminérgicos, histaminérgicos e benzodiazepínicos, o que reduz efeitos adversos. A dose recomendada é de 25 mg ao dia, tomada ao deitar-se.
A agomelatina está indicada para adolescentes acima de 12 anos com episódios moderados a graves de TDM, quando não respondem à psicoterapia isolada. Ela deve ser utilizada sempre em combinação com a psicoterapia. A agomelatina não impacta no peso e na função sexual, e não há aumento do risco de suicídio associado ao seu uso.
É necessário monitorar enzimas hepáticas antes do início da medicação e durante os primeiros seis meses de tratamento. A agomelatina é contraindicada em pacientes tomando medicações que inibem a enzima CYP1A2, como fluvoxamina e ciprofloxacina.
A agomelatina representa uma opção vantajosa para adolescentes com TDM, especialmente para aqueles com distúrbios do sono, preocupações com efeitos colaterais sexuais e ganho de peso. Sua eficácia no tratamento da anedonia, déficits cognitivos e retardo psicomotor, aliada à melhora na vida profissional, social e familiar, a torna uma escolha promissora.
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