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Endocrinologia5 novembro 2024

Síndrome metabólica e MASH

Neste vídeo, destacam-se a importância do rastreamento da doença hepática gordurosa metabólica e o uso da pioglitazona como aliada na redução da fibrose hepática.
Por Raquel Muniz

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Mantecorp Farmasa de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

A endocrinologista Raquel Muniz apresenta o caso clínico de uma paciente feminina de 57 anos, com histórico de diabetes mellitus tipo 2 há 20 anos, além de hipertensão arterial, hipertrigliceridemia moderada (com níveis de triglicerídeos variando entre 150 e 500 mg/dL) e IMC de 28 kg/m², caracterizando sobrepeso.

Os exames laboratoriais da paciente mostraram:

  • Hemoglobina glicada (HbA1c): 8,5%
  • LDL-colesterol: 120 mg/dL
  • Triglicerídeos: 240 mg/dL

Um ultrassom de abdome revelou esteatose hepática moderada, previamente visto por uma endocrinologista. Durante a avaliação, foi calculado o FIB-4, que resultou em 1,1, indicando baixa probabilidade de fibrose hepática avançada (valores abaixo de 1,3 excluem fibrose avançada).

Tirzepatida MASH 

Imagem de jcomp/Freepik

Elastografia hepática

Considerando a baixa acurácia do FIB-4 para identificar estágios intermediários de fibrose e os múltiplos fatores de risco da paciente (diabetes, sobrepeso e hipertrigliceridemia), foi solicitado um exame de elastografia hepática. O resultado indicou 6,2 kPa, o que diagnosticou a paciente com fibrose significativa (F2) na escala Metavir. Nessa escala, a fibrose é classificada da seguinte forma:

  • F0 e F1: Ausência de fibrose
  • F2: Fibrose significativa
  • F3: Fibrose avançada
  • F4: Cirrose

Abordagem terapêutica para MASH e diabetes

Diante desse cenário, o tratamento utilizado focou tanto na diabetes quanto na doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica, conhecida como MASH (metabolic associated steatohepatitis). O manejo envolve diversas intervenções, incluindo:

  • Redução de peso
  • Controle do diabetes
  • Tratamento da dislipidemia
  • Prevenção de desfechos hepáticos como esteatohepatite, fibrose e cirrose

Tratamento farmacológico para MASH e diabetes

Entre os antidiabéticos disponíveis, a pioglitazona é recomendada como a primeira escolha para pacientes que apresentam esteatohepatite ou fibrose hepática. Estudos indicam que doses de 30 a 45 mg de pioglitazona podem reduzir a inflamação hepática e a fibrose em pacientes com síndrome metabólica.

Entretanto, como esta paciente apresentava uma HbA1c de 8,5%, foi necessário um tratamento mais agressivo. Nesses casos, de pacientes com HbA1c entre 7,5% e 9%, é indicada uma terapia dupla como tratamento inicial.

Considerando que a pioglitazona é o medicamento de escolha, uma opção eficaz seria a combinação de pioglitazona com alogliptina. Estudos apontam que essa combinação oferece:

  • Redução mais eficaz da HbA1c em comparação ao uso isolado de pioglitazona ou alogliptina.
  • Maior durabilidade no controle glicêmico.
  • Conveniência posológica, facilitando a adesão ao tratamento.

Considerações finais

É de extrema importância o rastreamento da doença hepática gordurosa metabólica em pacientes com diabetes tipo 2, sobrepeso ou obesidade. Nesses casos, a investigação de fibrose deve ser realizada, utilizando ferramentas como o FIB-4 ou, se disponível, a elastografia hepática.

A pioglitazona surge como uma medicação capaz de reduzir a fibrose hepática, mesmo em estágios avançados, sendo uma opção importante no manejo de pacientes com síndrome metabólica e MASH.

Autoria

Foto de Raquel Muniz

Raquel Muniz

Médica formada pela escola de medicina Souza Marques. Residência em clínica médica pelo hospital federal servidores do estado. Residência em endocrinologia pelo IEDE. Atualmente trabalha como médica do serviço de diabetes do IEDE. Instagram: <a href="https://www.instagram.com/raquelbmuniz/" target="_blank" rel="noopener">@raquelbmuniz</a>

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