Logotipo Afya
Anúncio
Cardiologia14 abril 2025

Síndrome de Wellens: diagnóstico e manejo clínico

Saiba o que é a Síndrome de Wellens, como identificá-la no ECG e por que requer intervenção imediata.

A Síndrome de Wellens (SW) foi descrita pela primeira vez em 1982 por Zwaan e Wellens, após identificarem ao ECG basal alterações de repolarização ventricular ou alterações específicas da ondaT em derivações precordiais, em pacientes com angina instável, mas sem dor no momento do registro eletrocardiográfico.

Essas alterações eletrocardiográficas foram posteriormente associadas a estenoses críticas da artéria descendente anterior.

ressincronização cardíaca

O que é a síndrome de Wellens?

Podemos classificar a síndrome de Wellens como uma variante da angina instável que, se não reconhecida em tempo hábil, pode resultar em alta morbimortalidade.

Pacientes com esse perfil devem ser encaminhados para estudo hemodinâmico precoce com o objetivo de confirmar o diagnóstico e realizar intervenção percutânea.

Os fatores de risco associados à SW são os mesmos da doença arterial coronariana (DAC): obesidade, hipertensão, diabetes mellitus, tabagismo, história familiar de doença coronariana, dislipidemia e sedentarismo.

O reconhecimento das alterações eletrocardiográficas típicas na sala de emergência é determinante para o prognóstico, já que tais padrões são fortemente preditivos de infarto de parede anterior iminente.

ACC 2025: Todos os destaques do congresso do American College of Cardiology!

Diagnóstico da Síndrome de Wellens

O diagnóstico de Síndrome de Wellens deve ser considerado diante das seguintes características: história de dor anginosa típica, biomarcadores de necrose miocárdica normais ou discretamente aumentados, e as seguintes alterações eletrocardiográficas registradas:

  • As manifestações eletrocardiográficas ocorrem na ausência de dor anginosa
  • Ondas T invertidas ou bifásicas em V2 e V3;
  • Pequeno ou nenhum supra de ST;
  • Ausência de ondas Q nas derivações precordiais
  • Evolução normal da onda R em derivações precordiais

Tipos de Síndrome de Wellens

A síndrome de Wellens pode ser dividida em dois tipos:

  • Tipo 1 (bifásico): representa minoria dos casos, cerca de 24% dos casos, caracterizando-se por onda T bifásica (plus/minus) nas derivações V2 e V3.
  • Tipo 2 (invertido): é a forma mais comum, observada em aproximadamente 76% dos casos, e manifesta-se por ondas T profundamente invertidas e simétricas nas derivações V2 e V3; podendo também ser encontrada em V1-V4 e, ocasionalmente, em V5 e V6.

Conduta e considerações finais

Nos casos em que o ECG sugere SW, é fundamental ter atenção especial em pacientes que fazem uso de drogas ilícitas, como cocaína ou crack, pois o uso de betabloqueadores poderia levar a consequências não favoráveis. Nunca devemos estratificar esses pacientes com teste ergométrico, devemos encaminhá-los logo para coronariografia pelo alto risco de evolução para IAM.

 

*Este conteúdo foi atualizado em: 20/10/2025 pela equipe editorial do Portal Afya.

Autoria

Foto de Marcelo Flávio Gomes Jardim Filho

Marcelo Flávio Gomes Jardim Filho

Título de Especialista em Cardiologia pela SBC ⦁ Certificado de Especialista em Hipertensão Arterial Sistêmica pela Sociedade Brasileira de Hipertensão ⦁ Oficial médico da PMERJ

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Mais Vídeos