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Terapia Intensiva30 abril 2025

Como classificar a injúria renal aguda?

A Injúria Renal Aguda (IRA) caracteriza-se por uma rápida diminuição na função renal, frequentemente evidenciada por aumento da creatinina sérica e redução da diurese

A Injúria Renal Aguda (IRA) caracteriza-se por uma rápida diminuição na função renal, frequentemente evidenciada por aumento da creatinina sérica e redução da diurese, podendo evoluir para necessidade de terapia renal substitutiva. A importância de uma classificação clara e padronizada é fundamental para o diagnóstico precoce, manejo adequado e melhoria dos desfechos clínicos. 

Definição de IRA  

A KDIGO define IRA como uma deterioração abrupta na função renal, manifestada por um dos seguintes critérios: 

– Aumento da creatinina sérica em ≥ 0,3 mg/dL em até 48 horas; 

– Aumento de 1,5 vezes ou mais o valor basal de creatinina em até 7 dias; 

– Diminuição do débito urinário para < 0,5 mL/kg/h por mais de 6 horas. 

Essa definição inclui tanto alterações laboratoriais quanto clínicas, sendo fundamental para uma identificação precoce de pacientes em risco. 

Estadiamento da IRA  

Após o diagnóstico, o estadiamento é realizado com base na gravidade da disfunção renal, conforme a seguinte tabela: 

ESTÁGIO 

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO 

ALTERAÇÕES CLíNICAS / LABORATORIAIS 

DESCRIÇÃO 

1 

Aumento de Creatinina sérica ≥ 0,3 mg/dL em até 48h OU aumento de 1,5 a 1,9 vezes o valor basal 

Creatinina sérica 1,5-1,9 vezes o valor basal; débito urinário <0,5 mL/kg/h por >6h 

IRA leve; intervenção precoce pode evitar progressão. 

2 

Aumento de Creatinina sérica para 2,0-2,9 vezes o valor basal 

Creatinina sérica 2-2,9 vezes o valor basal; débito urinário <0,5 mL/kg/h por >12h 

IRA moderada; requer atenção intensificada ao manejo. 

3 

Aumento de Creatinina sérica para ≥ 3 vezes o valor basal OU serum de creatinina >4,0 mg/dL OU início de suporte de diálise 

Creatinina sérica ≥ 4 mg/dL ou início de diálise; débito urinário <0,3 mL/kg/h por ≥24 horas ou anúria por ≥12 horas 

IRA grave; alta prioridade para intervenção urgente. 

Nota: Em pacientes com história de insuficiência renal crônica, o valor basal deve ser considerado o valor mais recente ou conhecido de referência. 

Importância da Padronização e Comunicação 

A adoção de critérios uniformes baseados na diretriz KDIGO promove maior precisão no diagnóstico, uniformidade no manejo clínico, além de facilitar a pesquisa comparativa. Essa padronização é essencial para reduzir ambiguidades no uso de termos antigos, como “lesão renal aguda” (LRA) e “falência renal”, além de melhorar a comunicação entre equipes de saúde, pesquisadores e pacientes. 

Veja também: ACP 2024: Injúria renal aguda durante a internação

Prevenção da IRA 

Prevenir a IRA é uma estratégia de grande impacto na redução de mortalidade e desfechos adversos. As principais ações preventivas incluem: 

Hidratação adequada: garantir volume circulatório euvolêmico em situações de risco, como cirurgias, uso de contraste iodado ou sepse. 

– Identificação de risco individual: avaliação prévia de fatores de risco, como idade avançada, doenças crônicas, uso de medicamentos nefrotóxicos e descompensação de comorbidades. 

Uso racional de medicamentos nefrotóxicos: ajuste de doses, evitar combinações nocivas e monitoramento constante. 

Monitorização renal: controle periódico de creatinina, eletrólitos e débito urinário em pacientes vulneráveis. 

Intervenção precoce: tratamento imediato de hipotensão, sepse, obstruções urinárias, entre outros fatores que possam prejudicar a função renal. 

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Referências bibliográficas

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