No primeiro dia do XXVIII Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI) da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), duas palestras se destacaram entre os temas pediátricos: “Milrinona pode ser DVA de primeira escolha?” do Dr. Thiago Silveira Jannuzzi de Oliveira (Belo Horizonte/MG) e “Vasopressina, quando indicar?” do Dr. Cláudio Flauzino de Oliveira (São Paulo/SP). Os palestrantes deixaram mensagens muito importantes com relação às práticas atuais do uso de aminas vasoativas no choque séptico em crianças.
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Com relação à milrinona, o Dr. Thiago mencionou as recomendações de um artigo recente de revisão publicado no periódico Current Pediatrics Reports.
Milrinona
- Use epinefrina (e não dopamina) e/ou norepinefrina (e não dopamina) — recomendação fraca (RF);
- Considerar epinefrina ou norepinefrina como a infusão vasoativa de primeira linha, guiada pela preferência do médico, fisiologia do paciente e fatores locais — declaração prática (DP), isto é, não é uma recomendação;
- Considerar iniciar agentes vasoativos através de acesso periférico em concentração diluída, se o acesso venoso central não for facilmente acessível — DP;
- Considere adicionar vasopressina ou titular ainda mais catecolaminas em caso de choque refratário — RF;
- Considere adicionar inodilatadores se houver evidência de hipoperfusão persistente e disfunção cardíaca apesar de outros agentes vasoativos — DP.
Já no que tange ao uso de vasopressina, o Dr. Cláudio citou recomendações da Surviving Sepsis Campaign (SSC) e também do Instituto Latino-americano de Sepse (ILAS).
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Vasopressina
Surviving Sepsis Campaign
- Sugere-se a adição de vasopressina ou titulação adicional de catecolaminas em crianças com choque séptico que necessitam de altas doses de catecolaminas (RF, baixa qualidade de evidência).
- Nenhum consenso foi alcançado sobre o limiar ideal para iniciar a vasopressina. Portanto, essa decisão deve ser tomada de acordo com a preferência individual do médico.
ILAS
- Pacientes com choque hiperdinâmico com pressão arterial baixa, saturação venosa central > 70% em uso de noradrenalina?
- Se euvolêmico, considerar vasopressina, terlipressina ou angiotensina.
- A dose recomendada de vasopressina para o tratamento do choque é de 0,0003 – 0,002 U/kg/min (0,018 – 0,12 U/kg/h) e dose máxima de 0,008 U/kg/min.
- Se índice cardíaco (IC) < 3,3 L/min/m2, associar adrenalina, dobutamina ou levosimendan.
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