O ácido láctico, ou vulgarmente lactato (que é o sal, na verdade), é produzido naturalmente em nosso organismo a partir do piruvato (cerca de 20 mmol/kg/dia). O problema clínico ocorre quando a produção é excessiva e/ou a depuração é reduzida. Isso é particularmente comum em estados de anaerobiose. O que fazer então quando encontramos um paciente com acidose e lactato alto?
Hiperlactatemia
A causa mais comum de acidose lática é má perfusão, sendo sepse, choque cardiogênico e hipovolemia as etiologias mais comuns na prática clínica. Hoje, o lactato alto a despeito de volume não só é o principal parâmetro prognóstico na sepse, como também é um dos definidores de choque séptico, mesmo com PA normal.
Todavia, duas outras situações não são infrequentes como causa de lactato aumentado: falência hepática e hipoxemia. Clinicamente costuma ser tranquila a distinção entre má perfusão vs hepatopatia. Se houver dúvida, sempre trate otimizando a DO2.
Causas de hiperlactatemia:
- Má perfusão / choque
- Hipoxemia
- Insuficiência hepática
- Intoxicação CO
- Câncer
- Status epilepticus
- Metformina
- Deficiência tiamina
- Intoxicação exógena
O que fazer então?
O tratamento é o suporte hemodinâmico. A correção da acidose com bicarbonato ou diálise é tema controverso e não há suporte robusto na literatura. Muitos autores recomendam repor bicarbonato se pH < 7,15-7,20.
Referência:
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