O Laboratório de Diagnóstico Molecular de Alto Desempenho (LDMAD), localizado no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), será transformado para realizar o diagnóstico do vírus monkeypox. A previsão é que a unidade esteja funcionando até o final de setembro.
A iniciativa faz parte de um conjunto de cinco ações de combate à varíola dos macacos definidas pela equipe do HUB de Saúde Global da Unicamp, lançado em maio deste ano com objetivo de buscar soluções para a saúde e já com atuação em estudos sobre o novo coronavírus.
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A universidade já faz parte dos esforços de enfrentamento à doença através da Rede Emílio Ribas, que envolve 93 hospitais.
Como será desenvolvida a iniciativa
Conforme informações divulgadas, o laboratório terá duas máquinas que receberão as amostras de sangue de pacientes com sintomas da enfermidade. O exame do tipo PCR vai entregar o diagnóstico em até oito horas.
O encaminhamento dos exames será realizado via rede básica de saúde, como já ocorre no Sistema Único de Saúde (SUS), e ainda atenderá a comunidade da Unicamp, como estudantes, professores e servidores.
Além do diagnóstico, o HUB vai aplicar conhecimentos de diversas áreas em pesquisas clínicas e básicas, vigilância epidemiológica e comunicação.
Atualmente, o estado de São Paulo é o epicentro da enfermidade no país, com 2.853 casos confirmados, segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde nesta segunda-feira (29/8).
Em todo o Brasil, foram contabilizados 4.472 casos confirmados de monkeypox, de acordo com o Ministério da Saúde.
Força-tarefa para varíola dos macacos
Inicialmente, o trabalho da equipe do HUB será realizado com recursos da própria Unicamp. Os esforços estarão concentrados na prevenção da doença, no tratamento de infecções, na produção de conteúdos informativos, na vigilância epidemiológica e no desenvolvimento de medicamentos, terapias e vacinas.
As cinco frentes para combate à varíola dos macacos da equipe do HUB de Saúde Global são: Diagnóstico, Pesquisa clínica, Vigilância epidemiológica, Pesquisa básica e Comunicação. Todas essas atividades serão integradas na força-tarefa que está sendo implementada na Unicamp.
“O Hub de Saúde Global analisa todos os componentes envolvidos no processo saúde-enfermidade e o impacto que eles causam nos campos social, econômico, étnico-racial. Por isso existem diversas frentes de trabalho e especialistas de diversas áreas”, explicou o professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e integrante do Hub de Saúde Global, Plínio Trabasso, em entrevista ao portal da universidade.
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Hub de Saúde Global
O Hub de Saúde Global da Unicamp foi lançado em maio de 2022 durante a edição dos fóruns permanentes da universidade com o tema “Desafios em Saúde Global e Soluções Inovadoras”. O programa teve como movimento inicial a articulação de pesquisadores de diversas áreas na força-tarefa da Unicamp contra a Covid-19.
“Por meio do hub, a universidade está empenhada nesse momento na produção de conhecimento e para retornar à sociedade o que é investido em nossas pesquisas. Esse é um grande objetivo dessa iniciativa, produzir conhecimento e ciência que possa melhorar a saúde das pessoas”, destacou Trabasso.
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