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Saúde7 fevereiro 2024

Uma década de chikungunya nas Américas

Artigo publicado no The Lancet apresentou uma compilação com dez anos de levantamento sobre a presença da chikungunya nas Américas.

Pesquisadores de diversos países se reuniram para analisar a situação epidemiológica da febre chikungunya, o resultado da análise foi publicado em neste mês de fevereiro e mostrou que de 2013 a 2023 a febre chikungunya contabilizou 3,7 milhões de casos espalhados por 50 países da região das Américas, só o Brasil foi responsável por 1,6 milhão desses casos. 

De acordo com o artigo, o primeiro caso de origem local da doença nas Américas foi registrado no Caribe, na Ilha de São Martinho, e desde então, devido ao clima adequado e a grande presença do vetor da doença (mosquitos do gênero Aedes) se espalhou pela região.  

Leia também: Chikungunya: você sabe diferenciar essa arbovirose da dengue? 

Manejo clínico da chikungunya nas fases crônica e aguda

Chikungunya no Brasil 

Desde 2016, o Brasil é considerado o epicentro epidêmico da doença, segundo os autores, ao contrário de outros países da região o Brasil passas por surtos anuais de chikungunya, alternando períodos de alta infecção com diminuição na incidência da febre devido ao efeito de imunidade de rebanho. 

Ainda de acordo com o estudo, mesmo apresentando quase 50% dos casos da região e sendo uma potencial fonte de disseminação do vírus para outros locais, a ocorrência dos surtos no território nacional não é uniforme. Outras análises, incluindo dados do Ministério da Saúde, apontam uma prevalência muito maior da doença no Nordeste e em estados fronteiriços com a região, como Minas gerais e Tocantins. 

Saiba mais: Casos de chikungunya crescem sete vezes em comparação com registros de 2022 

Prevenção 

O artigo conclui com algumas propostas para melhorar o combate a disseminação da doença na região. Entre as ações defendidas pelos autores estão uma melhor vigilância molecular e diagnóstica da doença a fim de melhorar o rastreamento de surtos, identificação das populações mais vulneráveis à infecção por chikungunya e dos fatores socioambientais que contribuem para o crescimento do número de casos, além da observação de primatas que habitam em locais próximo a concentrações humanas como forma de vigiar transmissões. 

Também há a recomendação de imunização de populações mais expostas ao risco de infecção. Em novembro de 2023, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a primeira vacina contra a chikungunya, o imunizante desenvolvido pela farmacêutica franco-austríaca Valneva em parceria com o Instituto Butantan ainda não foi aprovado pela Anvisa, mas o processo para registro foi iniciado em dezembro de 2023.

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.

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Referências bibliográficas

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