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Saúde18 setembro 2025

Tratamento para câncer de ovário resistente à quimioterapia é aprovado pela Anvisa

Estudo mostrou que o mirvetuximabe soravtansina pode reduzir em até 35% o risco de progressão da doença em pacientes com neoplasia de ovário 
Por Redação Afya

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última semana, o uso do medicamento mirvetuximabe soravtansina, de nome comercial Elahere. Este é o primeiro tratamento para pacientes com câncer de ovário resistente à platina e é o primeiro e único conjugado anticorpo-fármaco (ADC) direcionado ao receptor alfa de folato (FRα). 

O medicamento combina um anticorpo voltado ao receptor FRα com uma carga quimioterápica capaz de destruir células tumorais e poupa a maior parte das células saudáveis. Segundo a bula do mirvetuximabe soravtansina, esse tratamento é indicado para pacientes adultas com câncer epitelial de ovário, de trompa de Falópio ou peritoneal primário, FRα-positivo e resistente à platina, que tenham recebido de um a três tratamentos sistêmicos anteriores. 

Segundo dados do World Cancer Research Fund, o câncer de ovário é o 18° câncer mais comum no mundo e o 8° mais comum em mulheres. Somente em 2022, foram registrados mais de 324.603 novos casos de neoplasia de ovário.  

Leia mais: Panorama do câncer de ovário no Brasil e no mundo 

Estudo MIRASOL 

A aprovação da Anvisa é respaldada pelo estudo MIRASOL, um ensaio clínico conduzido pela farmacêutica AbbVie e publicado no New England Journal of Medicine que envolveu mais de 450 pacientes. O medicamento já havia sido autorizado na Europa e nos Estados Unidos em 2024, a partir dos resultados desse ensaio.  

Os resultados do estudo, apresentados na Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2023, mostraram uma redução de 35% no risco de progressão da doença em pacientes tratados com mirvetuximabe soravtansina em comparação à quimioterapia de escolha do investigador (IC). Além disso, o mirvetuximabe soravtansina demonstrou uma melhora na sobrevida global em comparação à quimioterapia, com uma redução de 33% no risco de morte. A taxa de redução do tumor foi de 42%, contra 16% no grupo de comparação.  

Tratamento para câncer de ovário resistente à quimioterapia é aprovado pela Anvisa

Uso e disponibilidade no tratamento para câncer de ovário

O uso do Elahere depende do exame de imuno-histoquímica, que já está disponível em laboratórios brasileiros. O exame identifica quais pacientes têm tumores com alta expressão do receptor FRα. Aproximadamente um terço das pacientes com câncer de ovário expressam altos níveis de receptor de folato alfa (FRα), segundo a farmacêutica AbbVie. 

A aprovação da Anvisa vem após 8 anos desde a última aprovação de um novo tratamento para câncer de ovário resistente à platina. O novo medicamento integra uma gama de recursos terapêuticos contra a neoplasia de ovário disponíveis no Brasil. 

Veja também: Eficácia e segurança do Afuresertib em câncer de ovário resistente à platina 

Apesar da liberação no país, o medicamento ainda não está no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), nem no Sistema Único de Saúde (SUS).

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Referências bibliográficas

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