A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) aprovou a incorporação da prostatectomia radical assistida por robô (PRAR) ao Sistema Único de Saúde. O procedimento, indicado para o tratamento curativo do câncer de próstata localizado ou localmente avançado, consiste na remoção completa da glândula e passa a integrar oficialmente a rede pública.
O câncer de próstata é a neoplasia maligna mais incidente entre homens no Brasil, com cerca de 77 mil novos casos estimados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) para 2025. Até então, a cirurgia robótica estava concentrada em hospitais privados, restrita pela disponibilidade limitada de plataformas.
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Benefícios clínicos da cirurgia robótica para câncer de próstata
Segundo especialistas, a tecnologia robótica traz benefícios clínicos e econômicos relevantes: menor taxa de complicações, redução da mortalidade, preservação das funções urinárias e sexuais, menor necessidade de transfusões, recuperação mais rápida e altas hospitalares precoces. Além disso, contribui para a redução de custos hospitalares ao diminuir complicações e reoperações.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) explica que, embora o investimento inicial seja elevado, no médio e longo prazo a cirurgia robótica se mostra mais econômica para o sistema de saúde. Já o diretor da Escola Superior de Urologia da Sociedade Brasileira de Urologia ressalta que em 17 anos de uso a técnica apresentou resultados oncológicos comparáveis ou superiores aos da cirurgia convencional, com menor impacto sobre a qualidade de vida do paciente.
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Desafios e próximos passos
Apesar do avanço, a distribuição desigual dos robôs no Brasil representa um desafio. Hoje, existem cerca de 160 plataformas em operação, das quais 43 estão no SUS, sendo apenas 12 de uso exclusivo da rede pública. A maioria se concentra nas regiões Sul e Sudeste, o que gera desigualdade no acesso.
O próximo passo será a definição de diretrizes clínicas e organizacionais para regulamentar a oferta do procedimento, incluindo critérios de indicação e habilitação de centros cirúrgicos.
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