Projeto da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em conjunto com o governo do Canadá planeja eliminar o tracoma nas Américas, o Brasil é um dos países onde a iniciativa está sendo implementada, com apoio do Ministério da Saúde, e a primeira fase realizou um exames e coleta de dados de mais de 3 mil pessoas.
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Segundo o Ministério da Saúde, o tracoma é a principal causa de cegueira infecciosa e afeta 1,9 milhões de pessoas no país, das quais 450 mil apresentam cegueira irreversível.
Doença inflamatória ocular, o tracoma, uma conjuntivite causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, ocorre em áreas de maior concentração de pobreza, deficientes condições de saneamento básico e acesso à água.
No mundo, a estimativa é de 190,2 milhões de pessoas vivendo em áreas endêmicas com risco de cegueira por tracoma.
Ações para eliminação do Tracoma
O projeto deve durar até 2028 e começou no Distrito Sanitário Especial Indígena Tocantins.
De acordo com a consultora técnica do Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde do Brasil, Maria de Fátima Costa Lopes, a localidade foi escolhida porque “apresentou um histórico de ocorrência de casos de tracoma, além de não ter participado do inquérito nacional de prevalência para validação da eliminação do tracoma como problema de saúde pública, realizado em 2018 em áreas não indígenas, e em 2021 nas áreas indígenas”.
Os dados reunidos através do inquérito realizado em 750 domicílios da região serão utilizados na elaboração de uma proposta de intervenção intersetorial, envolvendo a participação da população local.
A análise das informações também será vital para implementação do pacote integrado contra o tracoma da OPAS/OMS, conhecido como SAFE, baseada na distribuição de antibióticos para eliminação da C. trachomatis; educação de higiene facial; e redução da transmissão através de intervenções ambientais, além de cirurgias para casos avançados.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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